Lula e Trump finalmente se encontraram para uma conversa sobre economia e política. Foi na Malásia, onde os dois participam de uma cúpula de países asiáticos. Aos jornalistas, o presidente norte-americano afirmou que as tarifas aplicadas ao Brasil “podem ser resolvidas muito rapidamente”. A reunião entre os líderes das duas nações ocorre num contexto marcado por colisões ideológicas, digamos assim.

O diálogo entre Brasil e Estados Unidos parecia interditado após as investidas do americano para retaliar o lado de cá. Primeiro foram as declarações em defesa do golpista Bolsonaro. Logo em seguida veio o tarifaço sobre produtos brasileiros importados pelo lado de lá. Para completar, sobrou até para ministros do STF.

A doideira ideológica se deve exclusivamente a Trump e à turma bolsonarista. Há sete meses, Eduardo Bolsonaro trabalha duramente em solo americano contra os interesses do Brasil. O elemento abandonou o mandato de deputado federal para vestir a camisa de traíra da pátria. A extrema direita apostava tudo num ataque de Trump contra o país.

Até governadores alinhados à ultradireita atuaram por aqui como inimigos do próprio país. Nesse sentido, os mais depravados são Tarcísio de Freitas (SP), Ronaldo Caiado (GO) e Romeu Zema (MG). Não importa a economia brasileira. Estão dispostos a tudo para detonar o velho Lula e impedir a reeleição do petista no ano que vem.

Assim que foram divulgadas as primeiras imagens do encontro entre Lula e Trump, Eduardo vociferou falsidades pelas redes sociais. É o padrão dessa rapaziada: que se danem os fatos, vamos espalhar as “narrativas” para alimentar a seita. Assim como o Zero Três, aliados do Jair fazem acrobacias retóricas para fabricar ficções.

Enquanto a oposição agita a histeria de seus seguidores, o governo brasileiro, ao que parece, faz diplomacia, joga o jogo dos profissionais numa mesa de negociação. Trump não vai esticar a corda e tentar chantagem sobre Lula para beneficiar Bolsonaro. Essa hipótese só existe, é lógico, nas cabeças delirantes do bolsonarismo.

Pelo que noticia a imprensa, no Brasil e pelo mundo, correu tudo bem no papo reto entre Lula e Trump. Nada de pegadinhas, nenhuma arapuca ao brasileiro – como ocorreu com outros líderes que estiveram com Trump nos últimos meses. Os dois lados falaram tudo o que queriam, de modo claro e objetivo. Agora é com o pessoal técnico.

Porque países têm interesses que dependem de boas relações, Brasil e Estados Unidos podem se entender sobre os mais diversos temas – das terras raras ao café, passando pela tensão na Venezuela. Na política, fala-se por aí, Lula segue em viés de alta.