Não adianta encher a casa de brinquedos, pagar a melhor escola, exibir nas redes sociais que “faz tudo” pelos filhos. Quem não dá presença, fracassa. Quem não oferece atenção, destrói. Quem troca abraço por transferência bancária cria filhos que crescem órfãos de pais vivos.

É cruel: muitos acreditam que comprando conforto estão cumprindo seu papel. Mas a verdade é que não existe conforto que substitua um olhar nos olhos. Não existe celular que compense um “eu te amo” dito na hora certa. Não existe psicólogo que consiga, sozinho, preencher a ferida deixada pela ausência paterna ou materna.

O fracasso não está na falta de condições materiais, mas na ilusão de que o amor pode ser substituído por conforto. Não pode. A geração que cresce sem afeto, cresce quebrada, tentando consertar com remendos emocionais aquilo que nunca foi inteiro.

A geração da tela vive carente de afeto porque seus pais confundiram presença com provisão. E o preço é alto: filhos frustrados, perdidos, sem referências, tentando encontrar na rua, nas drogas ou em qualquer colo temporário aquilo que deveria ter sido entregue dentro de casa.

Amor não se terceiriza. Carinho não se compra. Tempo não volta. E a maior covardia que um pai ou mãe pode cometer é acreditar que tudo se resolve depois, com terapia ou com dinheiro. Não se resolve. Ausência não tem cura.