Há quem diga que a política em Alagoas é uma grande cozinha. Uns temperam, outros provam. E, enquanto uns cozinham o galo, outros mexem o xerém, cada qual com sua colher de pau e seu fogo estratégico, de olho em 2026.
Nos bastidores, o cheiro já é forte. Há quem acenda o fogão cedo, testando receitas eleitorais em fogo brando, e há quem prefira deixar o prato ferver no último minuto, quando o apetite popular começa a crescer. De um lado, os que juram ter a receita do poder; do outro, os que fingem que não estão com fome. Mas todos sabem: o banquete está marcado para outubro de 26.
Uns estão de avental novo, tentando parecer chefs, mas continuam servindo o mesmo cardápio. Outros, mais jovens, trazem novas panelas, novas ideias, mas o desafio é o mesmo: não deixar o xerém empelotar antes da hora.
No fogo alto, há quem tente manter o controle da cozinha principal, com décadas de prática em equilibrar o caldo mesmo quando o gás ameaça acabar. Outros preferem a panela de pressão, acreditando que é no vapor das negociações que se cozinha o poder. E há ainda os que, em silêncio, mexem o xerém devagar, sabendo que o segredo de um bom prato é o tempo de cozimento.
Nos bastidores, os cozinheiros de sempre rondam a cozinha, tentando provar antes da hora. Um ou outro se queima, outro pega o garfo errado, e sempre há quem saia comendo pelas beiradas. É o ritual alagoano: ninguém admite que está cozinhando o galo, mas o som das panelas denuncia.
Mas a verdade é que, em Alagoas, o fogo nunca apaga. Ele apenas muda de boca no fogão do poder. Porque, no fim das contas, a cozinha política alagoana tem muitos cozinheiros… e nenhum deles quer lavar a louça.




