Inovar na comunicação política não significa inventar fogos de artifício a cada postagem, nem gastar fortunas com megas produções que parecem trailers de cinema. Essa fase já ficou para trás. Hoje, o básico, o cru, o quase improvisado, tem mais impacto do que o roteiro meticulosamente ensaiado.
Com o avanço da inteligência artificial e editores de vídeo na palma da mão, qualquer cidadão é capaz de produzir um conteúdo que há dez anos custaria o orçamento inteiro de uma campanha. A diferença é que o eleitor não quer ver o candidato como se fosse protagonista de uma superprodução da Marvel. Ele prefere o real, o direto, até o mal enquadrado, porque isso transmite humanidade.
A ironia é clara: quanto mais ferramentas de IA, filtros e efeitos especiais estão disponíveis, mais o público valoriza o simples.
Será que o apelativo é realmente o que o povo deseja? Ou será apenas o que alguns marqueteiros, saudosos de seus tempos de palco, insistem em vender? A comunicação política precisa entender que não é sobre quem edita melhor, mas quem convence mais. E, nesse jogo, menos pode ser muito mais.
O recado é direto: inovar não é gritar mais alto nem usar mais efeitos. Inovar é ter coragem de ser simples.