O defensor público Ricardo Melro, da Defensoria Pública do Estado de Alagoas (DPE/AL), anunciou que apresentará ao prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PL), o relatório técnico-científico independente divulgado nesta sexta-feira (8). 

O documento aponta falhas nos diagnósticos oficiais sobre a subsidência, entre elas o fato de que o solo já apresentava movimentações desde 2004.

Para Melro, o relatório representa um encontro entre a ciência e a realidade vivida pelas comunidades afetadas. Segundo ele, os trabalhos de campo realizados pela Defensoria evidenciaram um descompasso entre os boletins oficiais da Braskem e da Defesa Civil e a situação enfrentada pela população.

A intenção agora é apresentar o estudo ao prefeito e ao secretário municipal de Defesa Civil, Abelardo Nobre, buscando sensibilidade e responsabilidade na avaliação das informações.

“Aqueles relatórios não parecem que são para Maceió, parecem que são para outro local. [...] Tem muita gente esperando, sofrendo e sendo prejudicada pelo trabalho equivocado que vinha sendo feito”, afirmou Melro.

O defensor destacou que espera abertura ao diálogo e comprometimento por parte da gestão municipal. No entanto, caso não haja resposta às demandas das vítimas, ele promete acionar o Judiciário. “Não havendo respaldo, a gente vai para a trincheira da Justiça, que é a última trincheira — e a gente vai militar nela. Não podemos perder a fé”, declarou.

 

LEIA MAIS 

Estudo revela que avanço do deslocamento do solo em bairros de Maceió já dava sinais desde 2004 e continua em movimento

“Na minha autonomia ninguém bota coleirinha”, diz Ricardo Melro, ao denunciar retaliação e perseguição na Defensoria

Defensor contesta nota da DPE e denuncia retaliação durante apresentação de estudo sobre a Braskem

Relatório independente sobre subsidência em Maceió gera esperança para vítimas da Braskem

 

*Estagiária sob supervisão da editoria