Durante entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira (8), o defensor público Ricardo Melro denunciou ter sido afastado da coordenação do Núcleo de Proteção Coletiva, responsável pelo caso Braskem, em um ato de retaliação por parte do comando da Defensoria Pública.
Segundo ele, a reação teria sido motivada justamente pela realização do evento que acontece nesta manhã, no Cesmac, para apresentação de um relatório independente sobre o afundamento do solo.
Melro afirmou que sua saída da coordenação não seria um problema, "se não fosse por um ato de clara retaliação".
Ele relatou que o evento não teve nenhum apoio da Defensoria que, ao contrário, teria chegado a “atrapalhar”, e só aconteceu graças ao apoio do Governo do Estado:
“Conseguimos trazer o pesquisador através do governo e, se o governo não trouxesse, eu traria do meu bolso, porque a sociedade não pode ser privada de um momento desse, desse estudo técnico independente”.
O defensor também criticou o que classificou como perseguição a colegas que atuavam no mesmo Núcleo , frisando: "Infelizmente, não tenho apoio institucional nenhum, sequer para estar aqui hoje".
Ele ressaltou que sua atuação profissional não depende de autorizações. "Para caminhar, para trabalhar, eu não espero autorização não. Na minha autonomia funcional, ninguém coloca coleirinha, seja por carguinho em gratificação, seja por ato de autoridades", avisou, concluindo que "a gente não baixa a cabeça nem para uma grande autoridade, tipo um presidente da República, muito menos para as pequenas autoridades".
Recado dado.