Campanha eleitoral séria se sustenta em um tripé: política, financeiro e marketing. Quando um falha, os outros dois não seguram a barra. E o tombo costuma ser grande e, quase sempre, previsível.
Fazer marketing não é sobre viralizar. É sobre vencer. Estratégia boa não compensa ausência de articulação. Vídeo bonito não resolve rejeição. Texto forte não substitui presença de bastidor. Pode-se ter a melhor entrega da comunicação, com timing, narrativa, identidade e ritmo… mas se o candidato não faz a parte política, não adianta. É como empurrar carro com freio de mão puxado.
Só que tem uma moda que pegou: quando a campanha começa a ratear, adivinha quem leva a culpa? A comunicação, claro. Virou o saco de pancadas da incompetência alheia.
“Falta impacto!”, “não estamos engajando”, “posta mais”, “cria uma dancinha no TikTok”… como se um vídeo fosse milagre, e não ferramenta.
O problema não tá no Instagram. Tá no tripé torto. No político que não articula, que quer votos sem diálogo, que exige performance de influencer mas entrega postura de poste.
Marketing não faz mágica. Faz sentido. Faz narrativa. Faz vitória… quando existe lastro político e estrutura financeira. Sem isso, é só barulho bem editado.
O eleitor tá mais esperto. O algoritmo engana por um tempo. O voto, não. E se a campanha desaba, pode olhar o tripé com calma: o erro, quase sempre, tá fora da tela.
Porque não adianta cobrar performance da comunicação se o ruído tá em outro eixo. Comunicação não salva candidato que não se ajuda.