Albino Santos de Lima, conhecido como o serial killer de Alagoas, afirmou durante o júri popular realizado nesta sexta-feira (6), no Fórum do Barro Duro, em Maceió, que matou Louise Gbyson Vieira de Melo após ser tomado pelo que chamou de “fogo do arcanjo Miguel”. 

Segundo ele, seu corpo teria sido apenas um instrumento, cabendo ao arcanjo a responsabilidade intelectual pelo crime. Acrescentou ainda que, durante todo o tempo, foi guiado e recebeu ordens do arcanjo, que o teria escolhido por sua “habilidade para matar”.

No entanto, o promotor de Justiça Vilas Boas, do Ministério Público de Alagoas (MPAL), apresentou aos jurados o laudo pericial que comprova que o réu é plenamente imputável — ou seja, tinha total consciência de seus atos no momento do crime. Com isso, o promotor desmontou a tese da defesa, que alegava que o acusado não poderia ser responsabilizado integralmente por seus atos.

Durante a argumentação, o MP voltou a afirmar que Albino apresenta traços de psicopatia e não possui valores morais. Em tom crítico, o promotor ironizou a estratégia da defesa, que pedia a condenação “filosófica do arcanjo Miguel”. Ele rebateu: “O tribunal do júri não é lugar para se fazer filosofia”.

Conhecido como o “serial killer de Maceió”, Albino responde por 18 assassinatos e outras sete denúncias, segundo o Ministério Público. Desta vez, é julgado pelo feminicídio de Louise, uma mulher trans, morta com tiros na cabeça na noite de 11 de novembro de 2023, no bairro Vergel do Lago.