O orgulho é um veneno que se disfarça de força. Uma couraça que muitos confundem com dignidade. Ele ergue muros onde deveriam existir pontes. Ele ensina a calar onde o certo seria pedir perdão. Ele faz o peito inflar, mas o coração murchar.

Quantas amizades se perderam por orgulho?
Quantos amores se apagaram porque ninguém quis dar o braço a torcer?
Quantos pais deixaram de abraçar seus filhos?
Quantos irmãos se afastaram para sempre, mesmo morando na mesma rua?

O orgulho faz do ser humano uma estátua fria — ereta por fora, corroída por dentro. Ele não permite o recuo, mesmo quando o abismo está à frente. Ele não deixa admitir que errou, mesmo quando o erro salta aos olhos de todos. Ele condena o arrependimento como fraqueza e mascara o ressentimento como justiça.

O mundo está cheio de gente boa… que se perdeu por orgulho.
Cheio de gente ferida… que não teve coragem de pedir ajuda.
Cheio de gente com saudade… que finge que esqueceu.
Cheio de gente que se odeia… porque nunca soube amar de verdade.

Não é o outro que nos destrói. Não é a vida. É esse veneno que a gente cultiva e chama de proteção. É esse escudo que chamamos de amor-próprio, mas que, na verdade, esconde medo, insegurança e vaidade.

Porque, no fim, quem tem coragem mesmo é quem perdoa.

Quem ama de verdade é quem se permite ser vulnerável.

Quem vive plenamente é quem aprendeu a abaixar a cabeça quando é preciso e erguer os olhos quando é necessário recomeçar.

Que o orgulho não nos leve para longe demais, nem nos cale por tempo demais.

Porque às vezes, a única chance de viver em paz… é simplesmente ceder.

E ceder não é perder.
Ceder é sobreviver.
Ceder é continuar humano.