O eleitor, como qualquer ser humano, é movido por sentimentos, e entre esses sentimentos, a mágoa tem um peso considerável. Um pedido de apoio ignorado, uma mensagem não respondida, ou até mesmo um semblante fechado no momento de uma conversa com um candidato, podem deixar marcas profundas. Esses pequenos gestos, muitas vezes subestimados, têm o poder de influenciar de forma significativa o comportamento eleitoral.
Ainda que o eleitor declare publicamente seu apoio a determinado candidato, a mágoa, silenciosa e persistente, pode transformar esse apoio em uma resposta negativa nas urnas. E essa resposta, muitas vezes, é dada sem alarde, de forma discreta e inesperada. Aquele que se sentiu ignorado ou desrespeitado pode escolher outro caminho, mesmo que o faça sem nenhum anúncio prévio.
A urna, portanto, pode ser o lugar onde o eleitor manifesta sua mágoa, sua insatisfação. Mesmo que nas ruas, nas redes sociais, ou nos eventos ele tenha demonstrado apoio, na hora do voto a história pode ser outra. É nesse silêncio que reside o poder real do eleitor, capaz de mudar os rumos de uma eleição sem levantar uma única bandeira.