Em tempos de eleições, a figura do candidato é naturalmente colocada em evidência. É ele, afinal, quem se propõe a liderar e ser a face visível de um projeto político. Contudo, há momentos em que essa visibilidade pode ser ofuscada por aqueles que deveriam estar nos bastidores: os assessores. Esse fenômeno, quando não corrigido a tempo, pode ser fatal para uma campanha.
Os assessores são peças fundamentais na engrenagem eleitoral. São eles que, com sua experiência e conhecimento, orientam, estruturam estratégias e ajustam o discurso. No entanto, o que acontece quando essas figuras, em vez de cumprirem seu papel de suporte, tentam assumir o protagonismo? O resultado é um descompasso que pode prejudicar gravemente a imagem do candidato.
Eleição é sobre empatia e identificação. O eleitor quer ver no candidato alguém com quem ele se identifica, alguém que entende suas necessidades e propõe soluções reais. Quando o assessor se torna mais visível que o candidato, essa conexão se perde. O eleitor começa a se questionar: “Quem realmente está no controle? Quem tomará as decisões?”
Além disso, o brilho excessivo dos assessores pode gerar desconfiança. Se o eleitor percebe que a campanha é mais sobre os assessores do que sobre o candidato, isso pode ser interpretado como uma falta de liderança do próprio candidato. E em política, a percepção de fraqueza pode ser devastadora.
Por isso, é imperativo que, ao identificar sinais de que assessores estão ultrapassando os limites de sua função, a campanha mude de rota imediatamente. É preciso reafirmar a centralidade do candidato e reposicioná-lo como a verdadeira estrela do projeto. Isso pode requerer ajustes na equipe, uma reformulação da estratégia de comunicação ou até mesmo uma redefinição de papéis dentro da campanha.
Mudar a rota a tempo é, portanto, não apenas uma questão de estratégia, mas de sobrevivência política.