Por que não devemos rotular a candidatura de Ricardo Barbosa (PT) como "laranja"?

23/02/2024 18:15 - Blog do Ale Bastos
Por Blog do Ale Bastos
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No início deste ano, a escolha do advogado Ricardo Barbosa como pré-candidato a prefeito de Maceió pelo PT de Alagoas causou polêmica e levantou questionamentos sobre o verdadeiro propósito dessa candidatura nas eleições municipais de 2024.

Comentários maldosos e pejorativos foram feitos, alimentando dúvidas sobre qual seria o papel real dessa candidatura. Um jornalista de renome chegou inclusive a fazer um comentário, descrevendo a posição do PT alagoano como "humilhante" e comparando-a a uma candidatura laranja.  Em uma ocasião posterior, durante uma entrevista em um conhecido podcast, Ricardo foi diretamente questionado sobre a possibilidade de desempenhar o papel de laranja nas eleições, e sua reação foi veemente.

É absolutamente injusto classificar Ricardo Barbosa, um militante de longa data no campo progressista de Alagoas, como um laranja. É preciso considerar o real significado e as consequências de ser um laranja em um processo eleitoral. No entanto, é compreensível que sua candidatura gere desconfiança e não entusiasmo, o que pode ser explicado pelo histórico eleitoral de Ricardo nas últimas duas décadas.

Há 20 anos, Ricardo Barbosa concorreu pela primeira vez à prefeitura de Maceió e obteve 3.893 votos (1,15%), ficando em quinto lugar. Desde então, disputou mais três eleições na capital. Para vereador em 2008, conquistou 453 votos (0,11%) e em 2012 chegou a 852 votos (0,21%). Além disso, em 2020, ele tentou mais uma vez ser prefeito de Maceió e alcançou 8.905 votos (2,33%), ficando apenas em sétimo lugar.

Apesar do PT ter assumido o governo federal pela quinta vez e ter realizado gestões consideradas exemplares em diversos estados e municípios do Brasil, é curioso notar que em Alagoas, o partido abre mão mais uma vez de disputar o poder e aceita pacificamente o papel de coadjuvante, sem nunca ter tido a oportunidade de governar a capital ou o estado.

E talvez seja esse o grande ônus que recai sobre Ricardo, pois fica evidente que o PT optou pelo nome mais vulnerável à derrota, sem viabilidade eleitoral, permitindo assim que sua história seja questionada por interesses e ações que apenas fortalecem a ampla vantagem do atual prefeito em sua busca pela reeleição.

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