Sem carnaval, no meio do mar em Maceió

21/02/2023 19:32 - Blog do Celio Gomes
Por redação
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Aqui não tem carnaval. Aqui, no caso, é a beira do mar de Maceió, mais precisamente na praia de Ponta Verde. A imagem aí da foto é um registro feito por volta de 10h desta terça-feira, 21 de fevereiro. Oficialmente este é o último dia da maior festa popular do Brasil. Os ufanistas garantem que, na verdade, é a maior festança de rua do mundo. Não tenho informações suficientes para cravar qual é a real da coisa.

Aqui teve carnaval. Nas prévias. Nos dois últimos fins de semana antes do Sábado de Zé Pereira, as ruas da capital alagoana, sobretudo no bairro histórico de Jaraguá e nesta mesma orla, foram invadidas por milhares de pessoas. Todo mundo seguindo os incontáveis blocos que garantem o sucesso daquele carnaval rebatizado de As Prévias.

Lá se vai muito tempo desde que Maceió passou a oferecer o turismo para quem “deseja fugir da folia”. No começo, houve alguma reação. Algumas vozes se levantaram na imprensa em defesa das tradições carnavalescas, exaltando clubes e espaços abertos, como a mitológica praça Moleque Namorador. Não adiantou.

Hoje em dia, pelo que se vê ostensivamente, não tem mais volta. O carnaval por aqui chega antes do calendário oficial. Dezenas de blocos arrastam as multidões que gostam da folia. Como se sabe, inventamos até o Pinto da Madrugada, o bloco que se vende como patrimônio da cultura alagoana – uma malandragem marqueteira e publicitária.

Claro que é um bom negócio para hotéis e demais empresas que integram a indústria da turistada. O adepto de pinotes e interações carnavalescas vai para Pernambuco e Bahia. O fanático por céu azulzinho, sol, banho de mar e outras combinações tropicais tem uma escolha infalível: é aqui mesmo, em qualquer faixa de areia.

E olhe que a terça de carnaval em Maceió foi toda de mormaço. Mas e daí? Os bares e barracas de praia estavam lotados. Na areia, gente de todo lado, nativos e turistas pra lá e pra cá. Olhando assim, nem parece que é carnaval nos quatro cantos do Brasil. E, ao menos nesse pedaço, não é mesmo. É só mais um feriadão. 

Ao longo da manhã, a maré chegou ao ponto mais baixo, o que significa a chance de, além de contemplar o horizonte, o passeante andar mar adentro, numa experiência daquelas, por demais viajante. A foto que ilustra o texto somente existe por causa desse fenômeno natural. Estamos bem no “meio” do mar, depois do farol da Ponta Verde.

Como se dizia no português das antigas, coisa de cinema.

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