Armamentista e trapalhão, senador reafirma a qualidade do bolsonarismo e da “nova política”

07/02/2023 18:23 - Blog do Celio Gomes
Por redação
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O caso é muito sério. Mas esse senador Marcos do Val, filiado ao Podemos, é uma piada completa. Ele fez alguma fama vendendo a lorota de que é especialista em segurança. Embora nunca tenha sido policial, de qualquer patente, de nenhum batalhão, em mais de uma ocasião ele mentiu ao dizer o contrário. Nascido no Espírito Santo, pulou da paróquia direto para o Senado brasileiro na onda ultrarreacionária do bolsonarismo. Nada é por acaso...

Até quatro anos atrás, o agora notório trapalhão ganhava muita grana com palestras e “treinamentos” que “ensinavam” técnicas de imobilização. Muito antes de se eleger, deu entrevistas até para o Fantástico sobre episódios de repercussão nacional, como o caso Eloá, em 2008, que resultou na morte da refém em Santo André (SP).

Do Val, que também é lobista da indústria de armas, é admirado pelos rapazes da nova política, os conservadores, a turminha da direita esclarecida. Pense num elemento como Cabo Bebeto, o refinado deputado estadual; ou no marombado delegado Fábio Costa, eleito deputado federal em 2022. Esse modelo de homem público adora um tipo como o senador valentão. É tudo cabra macho; figuras adeptas da filosofia do prendo e arrebento.

Depois de confessar uma tramoia golpista para impedir a posse de Lula na Presidência – jogando Jair Bolsonaro no epicentro da presepada –, o senador diz que vai se licenciar do mandato. Segundo a Veja, ele andou dizendo a aliados que está “sob forte estresse”. O autodiagnóstico não combina com alguém que se diz treinador até de policiais da SWAT!

Um pateta acuado, com medo das consequências do que fez. É mais ou menos assim que podemos interpretar a decisão do parlamentar. Aliás, ao revelar o plano que pretendia gravar o ministro do STF Alexandre de Moraes, ele chegou a anunciar que renunciaria ao mandato. Logo depois, voltou atrás.

E assim tem sido desde que os fatos vieram a público. Alguém já escreveu que sua palavra, hoje em dia, vale tanto quanto uma nota de três reais. A cada nova entrevista, o homem altera o enredo da aventura golpista ao lado de Bolsonaro e de outro bandido, o ex-deputado Daniel Silveira. 

Cidadãos de bem. Homens de fé em Cristo. Nova direita. Nova política. Patriotismo. Bolsonarismo. Não precisava, mas o caso Marcos do Val serve para reafirmar a natureza, os princípios e os métodos dessa turma que, não custa lembrar, pretende “salvar o Brasil do comunismo”. Pela madrugada!

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