União Brasil. Este é um dos partidos com uma das turmas que mais atacam o governo Lula, o PT e o chamado campo progressista – ou a esquerda de modo geral, se você preferir. Dois nomes geograficamente distantes servem de exemplo perfeito desta conduta: o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o deputado federal alagoano Alfredo Gaspar. Dia sim, dia também, a dupla acusa o presidente por todos os males do mundo.
A bandeira principal dessa turma é o combate à violência e à corrupção. Tudo passa por essa fantasia discurseira de olho em dividendos eleitorais. Se não está ao lado da ultradireita e do golpista Bolsonaro, então é tudo ladrão, corrupto e associado ao crime organizado. Eles defendem o “endurecimento” da lei contra marginais da roubalheira.
O curioso é que a realidade está sempre aí para constranger – eu ia dizer desmoralizar – os paladinos e as vestais da boa política. A cada semana, aparece um filiado do União Brasil envolvido em atividades heterodoxas, fora dos padrões legais, digamos assim. Bom, a ficha corrida do presidente do União, Antônio Rueda, já é uma bomba.
Tudo bem, o que importa é fiscalizar o quintal alheio, um antro suspeito por antecipação. Quando a trapaça é descoberta dentro do nosso próprio raio de atuação, aí devemos ter calma, devemos evitar julgamentos precipitados, devemos exigir o devido processo legal. Dado o escândalo, geralmente o que ocorre é o silêncio dos cemitérios.
Por que escrevo isso? Porque nesta quarta-feira 3 de dezembro, a Polícia Federal prendeu o deputado estadual Rodrigo Bacellar (do União), nada menos que o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Ele é acusado, com fartos indícios, de ter vazado informações sobre a operação que prendeu o então parlamentar TH Joias.
TH Joias é faccionado, é chapa, é parceiro, é membro societário do Comando Vermelho. Ele está encarcerado em presídio e responde por quilômetros de delitos em nome, agora sim, da organização criminosa. A prisão do presidente da Alerj é uma espécie de síntese da bagaceira sem fim que tomou conta da política fluminense. Não sobra nada.
Enquanto seus colegas de partido, como Rodrigo Bacellar, atuam como empreendedores de facções criminosas, Alfredo Gaspar e Caiado defendem pena de morte para larápios de rua e castração química para estupradores. Que política é essa? Fala sério!
Mas não julguemos apressadamente. Vamos esperar alguma fala desses homens públicos sobre a delinquência de parceiros do União Brasil. Aliás, o partido está nos acertos finais para a federação com o PP de Arthur Lira e Ciro Nogueira. Vem coisa boa.
Na foto lá do alto, os deputados e parças TH Joias e Rodrigo Bacellar, agora presos.










