O velho Lula está em forma. E em campanha para a reeleição. Em pronunciamento de pouco mais de seis minutos na noite deste domingo, o presidente falou em rede nacional de TV sobre a isenção de Imposto de Renda para quem recebe até 5 mil reais. O petista tratou do assunto em tom de candidato, ressaltando que a medida de seu governo sobre o IR corrige uma injustiça de um século. Como se sabe, o Congresso aprovou o projeto enviado pela Presidência e que entra em vigor a partir de janeiro de 2026.  

Diz aí, Lula da Silva: “O Brasil mudou nessa última semana. Pela primeira vez, mais de cem anos após o início do Imposto de Renda, privilégios de uma pequena elite financeira deram lugar a conquistas para a maioria do povo brasileiro”. O conteúdo e a ênfase dessas palavras atestam uma escolha: a economia será a estrela na defesa da gestão e no enfrentamento dos rivais na disputa eleitoral que começou faz tempo.

Ao defender a iniciativa sobre o IR, Lula recorreu a um vocabulário que já está na comunicação do governo e do PT. Nesses produtos de redes sociais, o marketing oficial bate nos arreganhos de uma elite cuja especialidade é a rapinagem das riquezas do país. O presidente não usou esses termos, é claro, mas atacou os “privilégios vergonhosos” dos muito ricos do país. É a linha central na propaganda governista.

A oposição pode criticar. Está em seu direito legítimo. Aliás, é sua obrigação expor o que considera erros na administração. O que se vê, no entanto, é um tiroteio a esmo, não importa a realidade dos fatos. Por exemplo: tem como negar os números positivos no desempenho econômico ao longo desse triênio no chamado Lula 3? Parece difícil.

Somente nos últimos dias tivemos mais um pacote de boas notícias em diferentes áreas: menor taxa de desemprego na história, inflação sob absoluto controle e aumento da renda média. Além disso, programas sociais ajudam o povão com casa própria, incentivo na educação e formas de baratear produtos como gás de cozinha e medicamentos. Etc.

Não é por acaso que a oposição – de Tarcísio de Freitas a Ciro Nogueira, de Caiado a Romeu Zema – só fala de “segurança pública”. A eleição será um embate entre os “feitos” de Lula na economia e a política do pânico na voz dos adversários. Como se vê todo dia, para os rivais de Lula, o país precisa mesmo é de operações policiais. De preferência, iguais àquela que se viu no Rio de Janeiro, com muitos bandidos neutralizados.

Sim, segurança é um tema sensível e está no topo das preocupações do brasileiro. Mas o que a extrema direita tem a oferecer além de banho de sangue? Ainda que as “narrativas” tenham dominado o mundo, a vida real é muito mais do que o mantra que está na cabeça de depravados da política – uma turma que defende milícia e tortura.

A verdade é que, ao fim do terceiro ano de mandato, o governo Lula não chegou nem perto do diagnóstico de fim do mundo, como garantiam as vozes apocalípticas do mercado. O “descondenado” chega ao ano da eleição como favorito. Por aí.