Bolsonaristas de todos os costados não se cansam de choramingar, alguns em tom de histeria, outros com muxoxos de resignação. Cadê o povo nas ruas em defesa do “mito”? Pelo que falam na imprensa, em podcasts e nas milícias de redes sociais, apoiadores de Bolsonaro esperavam que o país viesse abaixo. Estavam certos de que o Brasil iria parar após a prisão definitiva do ex-presidente que tentou um golpe de Estado.
Nada disso aconteceu. Jair Messias já estava em prisão domiciliar e com tornozeleira, quando o ministro do STF Alexandre de Moraes decretou o trânsito em julgado e sacramentou a sentença de 27 anos de cadeia para o chefe da organização criminosa. Nos marcos do devido processo legal, com direito a ampla defesa, a lei foi cumprida.
Por obrigação de ofício, dei uma olhada em alguns lixões do tipo revista Oeste e Jovem Pan, para ver o que diz a turma que trocou o jornalismo pela guerrilha em favor do reacionarismo mais abrutalhado. A sensação é uma mistura de espanto com vergonha alheia. De Augusto Nunes a Alexandre Garcia, a degradação não tem limite.
Mesmo conhecendo o histórico, sem qualquer ilusão quanto a algum risco de honestidade nesse covil, ainda assim tem um choque. Os citados e mais Rodrigo Constantino, Ernesto Lacombe e Ana Paula Henkel lamentam abertamente a não intervenção estrangeira no Brasil. “O Trump fez a parte dele”, dizem os jornalistas. Mas faltou apoio interno para que Moraes e o STF fossem barrados, e Lula fosse deposto.
Você nunca viu algo parecido na história do Brasil. Jornalistas profissionais, com trajetória na grande imprensa, na defesa de uma invasão ao país. De fato, o bolsonarismo tirou do armário a extrema direita mais podre, golpista e violenta como jamais houve entre nós. O clima é esse nas hostes dos que torciam pelo golpe do capitão da tortura.
Mas, ao que parece, o povo tem mais o que fazer. Nas ruas, o negócio é batalhar pela sobrevivência de cada dia. Após a decisão final sobre o julgamento, vieram a noite e a manhã seguintes, choveu aqui e ali, o sol brilhou em outras regiões, e vida que segue. Bolsonaro que cumpra a sentença determinada pela Justiça. Bola pra frente.
Resumindo, não houve quebradeira nem convulsão social, como deliravam os milicianos do bolsonarismo. Para o meio da rua foram os tipos como aqueles que aparecem na foto acima. Como se percebe, são patriotas em desalento, à espera de algum conforto para alma e de algum tarja preta para maneirar o juízo. A política pode enlouquecer.










