Na semana que passou, nova pesquisa sobre a corrida eleitoral em Alagoas confirmou um cenário de forte acirramento na disputa pelo governo estadual. Segundo os números do instituto Real Time Big Data, divulgados pela CNN Brasil, o ministro dos Transportes, Renan Filho, e o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, podem travar um duelo voto a voto. Sempre lembrando que ainda estamos a dez meses da votação fatal.
É tempo suficiente para desautorizar qualquer veredito nesta ou naquela direção. Mas não se pode ignorar que, tudo indica, o senador licenciado e o gestor da capital não têm adversários à altura do potencial de ambos. Outra constatação é o crescimento de JHC a cada levantamento, desde que seu nome se tornou uma alternativa concreta.
Até um dia desses, Renan Filho aparecia como franco favorito, com ampla diferença em relação ao prefeito. Mas o emparelhamento era questão de tempo – a julgar pela força de JHC na capital. “Prefeito tiktoker”, assim como outros de mesma pegada pelo Brasil, o chefe de Jaraguá aposta tudo na estratégia da lacração pelo metaverso.
Como já se fala pelas esquinas, será uma briga entre as máquinas municipal e estadual. Por isso mesmo, a turma do prefeito reage mal às investidas do governo Paulo Dantas com seu pacote de obras para a Região Metropolitana de Maceió. O tal investimento de 5 bilhões de reais – “o maior da história” – ataca, em tese, o campo do adversário.
Sim, vamos aos dados. O Real Time projeta apenas um cenário de segundo turno entre os dois concorrentes. Renan à frente, o placar é de 48% a 45% das intenções de voto. Com margem de erro de três pontos, temos um virtual empate. Para mudar tal configuração, seria preciso um nome capaz de bagunçar a “polarização” alagoana.
Até agora, não temos essa perspectiva. Pensando bem, tem sido assim nas últimas décadas, com dois protagonistas dividindo a quase totalidade do eleitorado. Uma exceção, salvo engano, foi a disputa de 2010. Daquela vez, a certa altura, houve um empate triplo nas pesquisas, envolvendo Téo Vilela, Ronaldo Lessa e Fernando Collor.
Somente com fato novo – uma bomba – para que o quadro desenhado agora para 2026 passe por transformação significativa. Como a categoria do impossível não faz parte da política, as coisas podem mudar, é claro. Mas, por enquanto, a tendência é o contrário. Assim, podemos estar a caminho de uma corrida cabeça a cabeça entre Renan Filho e JHC. Os dois lados avaliam se essa realidade está mesmo cristalizada.










