Se dependesse do deputado federal Alfredo Gaspar, seu colega Alexandre Ramagem não teria sido julgado pelo STF no processo da trama golpista que pretendia manter Bolsonaro no Planalto, mesmo derrotado nas urnas. Em abril, como relator do caso, Gaspar apresentou um voto em homenagem à impunidade para marginais que tentaram um golpe de Estado. Por ele, a ação penal deveria ser sustada integralmente.

Mas o STF seguiu a lei e julgou o deputado Ramagem. Condenado a 16 anos de prisão, o patriota driblou medidas cautelares e escapou feito um rato para os Estados Unidos. Mais um fujão na turma dos corajosos de mostruário. Primeiro foi Eduardo Bolsonaro a pegar o avião para pedir socorro a Donald Trump. É uma gente cheia de valentia.

Dos Estados Unidos, o filhote de Jair Messias conspira abertamente contra seu próprio país. O elemento implora em praça pública para que Trump intervenha no Brasil, numa inversão completa do que se entende sobre soberania dos povos e nações. Nunca se viu tamanha infâmia por parte de um político com mandato no Poder Legislativo.

Igualmente foragida é Carla Zambelli, presa na Itália à espera do veredito sobre a extradição solicitada pelo Brasil. A deputada federal aprontou o diabo para turbinar a extrema direita e ajudar nos planos bandidos de Jair Bolsonaro. De tanto se empenhar nessa investida, acabou virando alvo do próprio capitão da tortura.

O STF determinou a perda do mandato para Zambelli, assim como fez com Ramagem. Pois o relator do caso da deputada, seu chapa Diego Garcia, apresentou voto contra a cassação e ainda faz ataques à Justiça. Ela foi condenada em dois processos.

A Câmara dos Deputados chafurda num lamaçal que não tem fim. Na hora de decidir entre a lei e os bandidos, o parlamento escolhe o lado do crime. Foi assim com Gaspar e Ramagem, é assim com Eduardo Bolsonaro e também com Garcia e Zambelli.

Não é do nada que até ontem essa mesma Câmara aprovou a PEC das Prerrogativas, devidamente rebatizada nas ruas para PEC da Bandidagem. O que o parlamento brasileiro tem como prioridade é a proteção de seus criminosos de estimação.

A outra grande causa de Suas Excelências são as emendas. Até hoje não vi nenhum dos paladinos alagoanos que “combatem a corrupção” fazer nada contra a roubalheira. Presidida pelo invertebrado Hugo Motta, a Câmara virou covil de meliantes.