SEGURANÇA NA ADVOCACIA

04/06/2021 12:08 - Minuto Jurídico
Por Alberto Maya e Thaís Correia

O recente atentado contra a advogada Maricélia Schlemper, que terminou vitimando o seu esposo, José Benedito de Carvalho,  abre uma janela obscura para a advocacia no estado e no país. Não são somente policiais, juízes e advogados criminalistas que convivem com o perigo da profissão diariamente. Várias famílias podem vir a ser destruídas no labor advocatício.


No decorrer da história da advocacia, observamos que há uma preocupação, podemos dizer quase que exclusiva, com o advogado que atua na área criminal, em decorrência do seu campo de atuação. De fato, sabemos que estes estão expostos de uma maneira mais direta, porém, ainda assim, praticam com amor e destemor o exercício da profissão.

Dito isto e partindo desta premissa, nós, advogados, Alberto Maya e Thaís Correia, fizemos uma abordagem reflexiva acerca da segurança na nossa profissão.

Para nós, os advogados e advogadas, que operam nas mais diversas áreas, carecem da mesma preocupação e de meios que lhes permitam se sentir mais seguros na condução dos seus trabalhos.

Será que o advogado(a) que atua na área de família não está exposto à situação de risco ao defender o seu cliente?

Respondemos esta indagação com o fato citado logo acima, que mostra por si só, de forma clara, a vulnerabilidade e riscos que nós advogados corremos diariamente, independente da área de atuação.

A advogada/professora Maricélia, militante na área de família, ao se dirigir para participar de uma audiência em um processo de execução de alimentos, estava totalmente exposta a uma situação de risco, pelo simples fato de a parte adversa não aceitar a divisão dos bens. Como é de amplo conhecimento, o réu se dirigiu ao local disposto a retirar a vida da sua ex-esposa e da sua advogada, fato que só não ocorreu devido a uma atitude heróica de seu esposo que se atirou a sua frente, vindo a ser atingido de maneira fatal.

Diante disto, coube-nos uma reflexão acerca da segurança do advogado(a). O que podemos fazer para amenizar ou estreitar os riscos e vulnerabilidades a que nós estamos expostos?

Outro ponto que merece uma discussão salutar, são as audiências de conciliação ou àquelas em que haja indícios de conflitos afanosos, por que não serem realizadas por videoconferência? Podemos observar que o meio virtual vem ganhando destaque, do ponto de vista da economia e eficiência, podendo ser usada também em favor da segurança para o Judiciário.

Pois bem, aqui também cabe destacar, a atuação da OAB/AL que em constante defesa da classe, vem desempenhando um papel imprescindível e relevante na advocacia alagoana.

Assim, ponderamos que, com uma representatividade da classe bem atuante junto aos Tribunais, podemos buscar meios e medidas com o intuito de coibir situações como a relatada, que preservem a segurança do advogado.

E você, qual sua opinião?

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