O fracasso de CSA e CRB no Brasileirão

21/11/2019 03:52 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

O CSA reza por um milagre para não ser rebaixado e voltar à segunda divisão do Campeonato Brasileiro. O CRB conta com alguma força, igualmente do mundo sobrenatural, para subir à primeira divisão do mesmo campeonato. O fracasso das equipes só não é dado como oficial, ainda, porque “matematicamente” as chances existem. Mas, na realidade, uma virada na reta final é tida como impossível. Diz a lenda que quando a imprensa, a torcida e os jogadores começam a fazer contas, danou-se. Perdemos a guerra.

No caso do CRB, diria que a torcida tem até o direito de não ficar tão chateada assim. É que o histórico do Galo é brigar desesperadamente para não cair. Nem lembro se em algum ano o time de Joãozinho Paulista foi um sério candidato ao acesso à chamada elite do futebol brazuca. Creio que isso nunca ocorreu. Já foi um grande pulo voltar à Série B após sofrer na terceira divisão.

A galera da arquibancada sonhou com um novo feito do treinador Marcelo Cabo, o homem que levou o Azulão à Série A. O sucesso – que não veio – seria a consagração do técnico, com dois acessos consecutivos de times alagoanos. Fica para a próxima. O chato é que, num passeio pela campanha do CRB, a constatação é que o time abusou no desperdício de pontos disputados em casa.   

Tudo bem que o Galo não é lá uma seleção. Mas, a julgar pela qualidade dos outros 19 times da competição, garantir um lugar no G-4 não seria exatamente uma façanha. Os adversários, na média, apresentaram um desempenho de lascar. Vejam o caso do Vitória. Até ontem o clube baiano ainda era ameaçado de queda para a Série C. E sofreu para festejar a permanência na segundona.

O rival maior, o CSA, deu razão aos comentaristas da grande imprensa – que desde sempre escalaram o escrete de Alagoas como rebaixado. Lembram daquelas palavras do Müller? Ao classificar o futebol azulino de “medíocre”, o ex-jogador foi linchado nas redes sociais. Até nota de repúdio apareceu. Melancolicamente, temos de reconhecer que, nada original, ele estava certo.

Com o fim do Brasileirão, outro cenário que também não se concretizou foi este: a queda do CSA combinada com o acesso do CRB. Seria o paraíso da gozação dos torcedores do Galo. O mundo real impõe a derrota aos dois clubes. Ao menos os regatianos não terão de lamentar mais uma queda. A torcida reclama do fato de não subir, mas festeja a volta do Azulão à Série B. E bola pra frente.

Ano que vem a coisa pode ser mais complicada para as duas fanáticas galeras. Como se sabe, Cruzeiro e Fluminense correm perigo de cair. Caso isso se concretize, pode-se dizer que CSA e CRB vão brigar por três vagas – porque uma será do “time grande” por antecipação. Foi sempre assim quando um dos poderosos visitou a segunda divisão, como Vasco, Corinthians ou Botafogo.

Para não deixar a política de fora, o insucesso de nossos times é o fiasco da cartolagem nos dois casos. Rafael Tenório (CSA) e Marcos Barbosa (CRB) chegaram a vislumbrar a festança da vitória, mas isso hoje é ilusão. A dupla perde a bandeira que serviria pra turbinar suas estripulias partidárias.

Esta resenha decreta um desfecho que ainda é futuro. Assumo o risco de ser desmentido caso um dos dois times opere aquele milagre. Mas é um risco de baixíssima temperatura. Isso não vai ocorrer porque, mesmo na feitiçaria do jogo de bola, o sobrenatural tem limites. Agora só em 2020.

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