Escolas de Arapiraca homenageiam sanfoneiros e cordelista

10/08/2019 14:39 - Click Due
Por Lourdes Rizzatto e Silvestre Rizzatto
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Arapiraca é um celeiro cultural e em menos de uma semana nós, do blog Click Due, tivemos o prazer de receber dois convites que comprovaram esta máxima dita pelos arapiraquenses, bem como ver de perto que a nova geração está sendo preparada para valorizar desde já a cultura local e seus representantes.

 

No sábado (03), uma grande festa na Escola de Ensino Fundamental Cônego Epitácio Rodrigues, localizada na Vila São Francisco, zona rural de Arapiraca, mostrou o quão belo foi o empenho de crianças e adolescentes no projeto de pesquisa “Valorizando os Artistas da Nossa Terra”. O envolvimento dos alunos do jardim ao nono ano reverberou com dança, muita música, intepretação teatral e leituras de textos, a vida e obra de seis artistas que trouxeram e trazem em suas sanfonas e acordeons o mais legítimo som das raízes nordestinas.

 

Afrísio Acácio, Bastinho da Sanfona, Ditinha do Acordeon e Maxsuel do Acordeon, foram homenageados lindamente, assim como “in memorian” os sanfoneiros João Roberto e Benedito Miúdo, ambos representados por seus familiares. O mais encantador foi ver a escola se tornar um grande arraiá, em pleno começo de agosto. O colorido das roupas e da decoração, o cuidado com os figurinos e o brilho nos olhos de cada aluno que ficava diante dos homenageados revelava a assertividade de todos os professores e funcionários que abraçaram a realização da sexta edição do “Arraiá Tarda, Mas Não Falha” como o evento que une passado e presente para semear futuros homens e mulheres que respeitam e vibram com a cultura nordestina.

 

Nosso segundo e tão ilustre convite quanto o primeiro, trouxe muitas emoções para a quarta-feira (07). Participar da abertura das comemorações de oitenta anos da Escola Estadual Adriano Jorge (primeira escola implantada em Arapiraca) muito nos honrou. Principalmente, porque nosso querido amigo, o cordelista Valdemir Ferreira, mais conhecido no meio cultural como Cartuxo foi o homenageado.

 

Autodidata, Cartuxo descobriu sua paixão pelo cordel contemporâneo depois dos cinquenta anos e como uma locomotiva, ou melhor, como um Dom Quixote vencendo seus moinhos de vento, de forma independente ele está perto de completar cem produções autorais, entre livros, cordéis, anáforas e contos.

 

Ver este ex-aluno da Escola Adriano Jorge sendo reverenciado por professores, servidores e alunos nos fez acreditar que a magia da escrita vive latente entre adolescentes e jovens e, a cada “provocação”, centelhas despertam não de um pulsar adormecido, mas de um universo criativo que em brasas vê até nas simplórias folhas de papel ofício grampeadas o encantamento do falar em versos e rimas.

 

Constatar que há sementes de cordelistas, escritores e poetas entre alunos da nova geração é ter a certeza que os mestres da Escola Adriano Jorge estão ampliando o horizonte de seus alunos, pois o acessível e a inspiração passam a estar a um aperto de mão, a um sorriso, a uma dúvida esclarecida, na rua ou na esquina ao lado. A inspiração vem de arapiraquenses que como eles foram alunos e que buscaram dar o seu melhor dentro e fora de sala de aula. E, o melhor é que esta odisseia continua até o dia 14 de setembro, com inúmeros ex-alunos que retornarão à escola para ecoar e vibrar sonhos, ideias e inspiração.

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