“Um canalha confessou seu crime”

06/05/2019 22:26 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

Aquele juizinho de Curitiba que virou ministro do ridículo Bolsonaro, como se sabe, agora também bate ponto no Twitter. Inspirado no chefe, de quem ele sempre foi um fã enrustido, Sergio Moro passou a bater boca com internautas que gastam tempo para ler as baboseiras do iletrado com pose de grande jurista. Ele saiu do armário na reta final da campanha, quando entrou com tudo na guerra do voto, no papel de cabo eleitoral do capitão da tortura. Após a eleição, levou seu grande prêmio.

Para lembrar os fatos incontestáveis: o juiz, que fingia imparcialidade, agiu criminosamente para tirar da campanha o favorito entre os eleitores, e condenou – sem provas – Luiz Inácio Lula da Silva. Deu tudo certo para a turma dos “cidadãos de bem”. O brucutu que está há trinta anos mamando na política levou a faixa e empossou Moro como ministro da Justiça. A dupla combina à perfeição.

Pois neste fim de semana, o próprio juizinho confessou, sem querer, o que já era sabido por quem consegue juntar A com B. Para contestar críticas do ator e humorista Gregório Duvivier, Moro escreveu o seguinte em sua rede sociai: “Bom lembrar que não fosse a vitória eleitoral do Presidente Jair Bolsonaro, estaríamos hoje sob controle social da mídia e do Judiciário...”.   

Que coisa bonita! Moro é mesmo um defensor da liberdade de imprensa e também trabalha por uma Justiça independente. Suas palavras no Twitter deixam claro que, lá em 2018, portanto quando ainda era um “magistrado” – tem de ser com aspas –, ele agia para interferir no processo eleitoral. Sua meta sempre foi garantir que Lula ficasse fora da disputa. Trabalhou muito bem por seu candidato.

Reportagem na Veja.com mostra a sequência de reações às palavras de Moro sobre a eleição 2018. Um dos leitores foi direto ao ponto: “Guardem bem esse tuíte, crianças. Ele vai estar estampado em todos os livros de História no futuro. Nele, um canalha confessou seu crime”. Um sujeito com fome de poder é capaz de tudo. Moro está pra o que der e vier: uma cadeira no STF ou mesmo a sucessão de Bolsonaro. Para isso, tem como grande trunfo seu vagabundo pacotinho “anticrime”.

Nem sei se comentei aqui a entrevista a Pedro Bial dada pelo ministro que, como diz Duvivier, “fala fino com a milícia”. Mas lembro agora que um dos trechos mais reveladores foi quando o apresentador perguntou a ele sobre hábito de leitura. A resposta é sensacional: “Gosto muito de biografias”. É a saída de todo mequetrefe que não tem costume de ler nada. Uma falácia e tanto.

Ao ouvir a declaração, Bial então quis saber qual a última biografia que o ministro leu na vida. E ele: “A memória nunca foi meu forte”. Ou seja, o cara é fã de um tipo específico de livro, mas não lembra de um miserável título!!! O que você acha disso, caro leitor? Não lhe parece claro que estamos diante de um grande mentiroso? Eu não tenho dúvida. Este é o exemplo de ética nas hostes do bolsonarismo.

Comentários

Os comentários são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Cada Minuto ou de seus colaboradores. Para maiores informações, leia nossa política de privacidade.

Carregando..