Um dos parlamentares mais medíocres (é um eufemismo) no Congresso Nacional, o senador Magno Malta está em Maceió fazendo campanha para Jair Bolsonaro, seu candidato a presidente. Filiado ao nanico PR, uma dessas legendas sempre disponíveis a negociar apoio a qualquer governo, a depender do melhor preço, Malta tomou uma surra nas urnas ao tentar renovar seu mandato.
Arrogante, tosco e grosseiro (ainda estou nos eufemismos), ele mama no Senado desde 2003. Durante quase 16 anos, pode-se dizer que seu legado se resume em dois pontos: insultos a todos os tipos de minorias e armações para ganhar holofotes com a CPI da Pedofilia. Aliás, com essa CPI carnavalesca, ele acusou – sem qualquer prova – um pai de estuprar a própria filha. Era uma fraude.
A denúncia fraudulenta, que quase resultou na morte de um inocente, foi abafada pela imprensa capixaba (o senador é baiano, mas fez carreira no Espírito Santo). É uma história estarrecedora. O parlamentar deveria estar na cadeia. Para quem não viu, vá ao Google e procure por “A Fraude do senador Magno Malta”. Seu fracasso na eleição foi uma das boas notícias em 7 de outubro.
Quando Bolsonaro ainda procurava um candidato a vice, Malta foi convidado. Combinam, sem dúvida. Mas o senador, todo prosa com seu portfólio de canalhices, achava que tinha uma reeleição garantida – e esnobou o convite. Rechaçado pelos eleitores, no dia seguinte à derrota começou a batalhar por um novo emprego: um ministério na equipe do quase futuro presidente.
É por isso que ele aparece como papagaio de pirata em todas as entrevistas de Bolsonaro, bajulando o homem que pode lhe garantir a mamata a partir de janeiro. É por isso que ele está hoje em Maceió, apresentando-se como “representante” do presidenciável. Esse posto, na verdade, é uma invenção de sua própria cabeça. Quer mostrar serviço para se garantir como ministro de qualquer coisa.
Demorou, mas o povo do Espírito Santo, está claro, finalmente descobriu que um de seus representantes no parlamento brasileiro não passa de um embuste. Para o bem do país, os eleitores enxotaram essa tranqueira do Congresso Nacional. O ambiente por lá fica um pouco mais higiênico.
Espero que não demore muito por aqui em sua patética vassalagem ao virtual presidente – exclusivamente, repito, de olho num ministério. Afinal, Alagoas já tem sua cota particular de bandoleiros na política. Ninguém precisa de mais um para ampliar a poluição de nossas praias.