Jesus! A televisão do Edir Macedo nem tenta disfarçar o engajamento na candidatura de Bolsonaro. Depois de transformar seus telejornais em propaganda para o capitão, a Record anuncia seu mais novo quase contratado como “comentarista de segurança”! As negociações estão avançadas entre a TV (ou seria a Universal?) e o Major Olímpio, eleito senador em São Paulo. A jogada republicana foi revelada pelo jornalista Mauricio Lima, na Veja. Na emisssora do bispo, jornalismo sério é isso aí.
Fernando Henrique Cardoso e o tucanato em geral estão agindo como Ciro Gomes e outros medalhões do “centro democrático”. Fingem repulsa a Bolsonaro, mas acalentam o sonho de vê-lo presidente – apostando num governo desastroso. Do mesmo modo, temem que uma vitória de Haddad recupere a hegemonia petista. Dessa forma, um fiasco da gestão bolsonarista pavimentaria a volta do PSDB (ou de Ciro) com mais força e discurso pronto para a eleição de 2022.
“Cidadãos de bem” que decidem o destino de um país motivados pelo ódio a uma ficção chamada kit gay ou é ruim da cabeça ou sofre com algum dilema do tipo impulsos primitivos inconfessáveis. Outro distúrbio de ordem mental é o que explica a paixonite aguda por uma arma de fogo na cintura. O que vão eliminar assim que tiverem esse direito sagrado? Fuzilar “mortadelas”?
Bolsonaro foge feito rato dos debates. É quase impossível que ele esteja nesses encontros. Escapou dos três primeiros que estavam agendados para a semana passada. Pelo menos mais quatro deveriam ocorrer até o fim da campanha, incluindo o da TV Globo. Como nunca se sabe o que é verdade e o que é mentira no quartel do candidato, todo dia ele muda a versão sobre o assunto.
Uma certeza nas eleições: a Justiça Eleitoral sai desmoralizada diante do tsunami de notícias falsas que engoliram o Brasil. Não seria diferente, afinal o mentor da “estratégia” de combate às fake news foi o buliçoso ministro Luiz Fux, aquele que interpreta a Constituição de acordo com sua alma de ativista judicial. Resultado: a farsa corre solta turbinando o ódio da pacífica família brasileira.
Túlio Gadêlha e Alexandre Frota conquistaram um mandato de deputado federal. Calma, eu explico os méritos desses dois talentosos brasileiros. O primeiro foi reconhecido pelo eleitorado como um cara de atributos incomuns; afinal, conquistar Fátima Bernardes não é para os fracos. Frota, por sua vez, elevou o cinema a patamares de arte pela arte, em filmes que vão fundo na alma. Fui claro?
Certas autoridades alagoanas que se autopromoveram a valentões caçadores de corruptos vivem jornada dupla: nos holofotes da imprensa amiga, posam de democratas e exemplos de homem público. Longe da bajulação de jornalistas “sérios”, trocam a gravata pelo jaquetão preto, tiram a caneta do bolso e metem o 38 no coldre. Ah, sim, tudo isso é para derrotar a criminalidade.
JHC, o jovem deputado federal campeão de votos, essa incrível “renovação”, é filho de João Caldas e Eudócia Caldas, a família que tem entre suas propriedades privadas o feudo de Ibateguara. O rapaz, que adotou uma sigla como nome de guerra, dá um exemplo sensacional de como as aparências enganam – ou seria o contrário? O lado bom da nossa política é a inesgotável produção de piadas.
Vem muito mais por aí, é claro. Porque rasteira, dissimulação e pilantragem nunca saem de moda no mundo mágico da arte da política. Está nos livros, nos arquivos, na memória coletiva. É História.