A campanha eleitoral entra em nova fase a partir desta semana. A propaganda no rádio e na TV estreia na sexta-feira (31/08). Todos os dias, veremos a cara e o discurso dos candidatos, de manhã, à tarde e à noite. É o palanque eletrônico que, historicamente, tem papel decisivo sobre a escolha do eleitorado. Mesmo com o império da internet, ninguém despreza a força televisiva.
Aliás, é justamente a internet que tem tudo para turbinar – ou implodir – o que os partidos venham apresentar no chamado guia eleitoral. Não resta dúvida que, nas redes sociais, haverá uma guerra insana em torno do conteúdo dos programas. Certamente, o desempenho de um candidato receberá avaliações opostas – cada uma ao gosto dos aliados ou dos rivais. Isso já está ocorrendo.
Foi o que se viu nos debates realizados até agora. A depender da torcida, o vencedor dos confrontos, para uma patota, foi o grande derrotado na versão espalhada pelo grupo adversário. Nessa disputa sangrenta, não importam os fatos – apenas a “narrativa” mais conveniente para cada lado. Essa combinação entre TV e redes sociais, não se deve esquecer, é variável inédita na atual campanha.
Na corrida presidencial, a semana também promete ser quente porque o Jornal Nacional entrevista os candidatos. Na verdade, serão apenas quatro nomes, dado que Lula, o líder das pesquisas, está preso em Curitiba. Sendo assim, estarão nos estúdios da Globo, de hoje até quinta-feira, Ciro Gomes, Jair Bolsonaro, Geraldo Alckmin e Marina Silva. O critério para o convite são as pesquisas.
Será uma maratona na TV com os presidenciáveis. Na mesma noite em que estará no JN, em seguida o candidato também dará nova entrevista à Globonews, a partir de 22h. É a segunda rodada de sabatinas na emissora, que já realizou encontros com os postulantes ao Planalto. Segundo li na imprensa, as entrevistas a Willian Bonner e Renata Vasconcelos terão duração de 25 minutos.
A esta altura, as equipes estão concentradas para a oportunidade que os candidatos terão de falar a uma audiência de peso na Globo. Em horário mais acessível que os debates já realizados, os postulantes sabem que um deslize pode causar estragos na campanha. Do mesmo modo, um bom desempenho terá ampla visibilidade no público eleitor. Como disse, entramos em nova etapa.
No âmbito estadual, a propagada obrigatória na TV é a aposta de Fernando Collor para tentar reduzir a diferença em relação a Renan Filho, que lidera as pesquisas para o governo. Números do Ibope, divulgados dez dias atrás, mostraram o atual governador com uma vantagem de 24 pontos.
Desafio semelhante, mas na eleição presidencial, têm Ciro Gomes e Geraldo Alckmin. Para chegar ao segundo turno, ambos precisam transformar em voto o tempo de exposição nas entrevistas e na propaganda. No panorama atual, se não se mexerem, não passam para a grande finalíssima.
No Jornal Nacional e na Globonews, a dura missão para Ciro Gomes começa hoje.