O bloco do fanatismo da Lava Jato, que vai de bolsonaristas a nostálgicos da ditadura, passando pela direita “esclarecida”, está à beira de um colapso nervoso. Tudo porque o STF tirou de Sergio Moro o caso do sítio que envolve o ex-presidente Lula. A coisa é tão escalafobética, que o juiz de Curitiba decidiu que a palavra do Supremo não vale nada – e anunciou que ele não larga o processo de jeito nenhum. Para isso, o ídolo messiânico tem o noticiário da Rede Globo como aliado fiel.

 

Nem sei ao certo o que vai ocorrer com esse episódio. O que chama atenção mesmo é a histeria desencadeada nos meios que pretendem eliminar o velho Lula a todo custo. O homem tem de ser levado ao degredo, silenciado para sempre, longe dos olhos de todos. Não basta a prisão após uma sentença ridiculamente poluída por ilações e elogios de Sergio Moro a ele mesmo.

 

E nessas horas, as vozes da ignorância, da maledicência e da desonestidade estão devidamente espalhadas nas mais diversas prateleiras. Berram os mocinhos de gel no cabelo do MPF, berram jornalistas do Renova BR, berram ideólogos do armamentismo, berram intelectuais do porte de Alexandre Frota e Joice Hasselmann. É muita inteligência em defesa de uma causa.

 

Tamanha patifaria barulhenta está de acordo com o pensamento tosco que idolatra heróis de toga. Parece que, por essas vozes, o país deve ser governado por uma delegacia da Polícia Federal gerenciada pela força-tarefa da Lava Jato. Fora das ideias medonhas dessa patota, não há salvação – é o que imaginam por aí. E não importa se os fatos anulam a versão que querem impor.

 

Já escrevi aqui, inúmeras vezes, sobre a sanha obscurantista que temos na praça, alimentada pela filosofia do prendo e arrebento. O que se apresenta como novidade não vai além de ideias fixas hoje requentadas. Como nos tempos do getulismo ou no golpe de 64, o inimigo mortal é a corrupção. Em nome dessa guerra tresloucada, idiotas reverenciam figuras claramente autoritárias. É complicado.

 

A continuar no embalo que arrasta demagogia e irracionalismo, o fanatismo das sirenes, das algemas e dos “óculos de aro fino” tem tudo para nos levar ao abismo. A República das Togas avança.