40 anos no PC do B e 8 meses no PSB: Aldo Rebelo surpreende

13/04/2018 01:20 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

Foi uma das passagens mais rápidas de um filiado por um partido político que já se viu na história do país. O alagoano Aldo Rebelo, que foi ministro nos governos Lula e Dilma, e que já presidiu a Câmara dos Deputados, trocou o PSB pelo Solidariedade. Rebelo entrou no Partido Socialista Brasileiro em agosto do ano passado, e acaba de anunciar sua nova legenda a partir de agora. Com a troca, portanto, ele deixa a sigla anterior após oito meses na casa. Valeu-se da janela de infidelidade.

 

O movimento de Aldo Rebelo chama atenção por outro detalhe também nada trivial. O PSB foi apenas seu segundo partido em toda a trajetória de atividade partidária. Sim, porque no PC do B, sua estreia como comunista de carteirinha, ele ficou durante 40 anos. Filiou-se no fim dos anos 1970, como tantos jovens saídos direto do movimento estudantil para a política profissional.

 

É ou não é uma coisa no mínimo curiosa? Após nada menos de quatro décadas no primeiro partido da vida, ele vai para nova agremiação antes de completar sequer um ano entre os novos companheiros. O Solidariedade é comandado pelo deputado federal Paulinho da Força, que surgiu no sindicalismo de São Paulo e fez carreira como dissidente da CUT e do petismo em geral.   

  

Rebelo deixou o PC do B e, agora, deixa o PSB pelo mesmo motivo. É que ele acalenta o sonho de ser candidato a presidente da República. Os comunistas, como se sabe, escolheram a admirável Manoel d’Ávila para essa missão. E os socialistas acabam de receber como filiado Joaquim Barbosa, o impaciente e instável ex-presidente do STF, que também é presidenciável. Rebelo foi preterido.

 

O próprio ex-ministro dos governos petistas informou, pelo Twitter, sua motivação para a troca de legenda: Impossibilitado de acompanhar a manifesta inclinação da direção partidária pela candidatura do ilustre ministro Joaquim Barbosa, comunico meu afastamento do PSB. Foi claro e direto. De todo modo, ele ainda não sabe se o Solidariedade vai mesmo lançá-lo candidato.

 

Sobre tudo isso, a Folha de S. Paulo traz outra informação bem estranha – se você ainda acha que isso é possível quando se trata de política: Rebelo pode acabar sendo vice numa chapa com o deputado Rodrigo Maia (DEM) como candidato ao Planalto. Seria o casamento do comunista com o conservador – também se você acredita mesmo nessas feitiçarias ideológicas. É do jogo, dizem.

 

O alagoano, ainda segundo a Folha, pretende percorrer o Brasil para testar seu potencial como concorrente à Presidência. Somente após o passeio nacional, o partido e o novo filiado decidirão o melhor caminho a seguir. No resumo do caso, o que mais chama atenção mesmo é a temporada meteórica de Rebelo no PSB. Com isso, ele ficou um pouco mais parecido com os iguais da política.

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