Decadência geral entre togados

23/03/2018 14:55 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

Rodrigo Janot, aquele procurador-geral da República que patrocinou o acordo pornográfico com os irmãos açougueiros Wesley e Joesley, segue sua trajetória de pilantragem intelectual. Depois que deixou o cargo – devidamente desmoralizado –, o rei das delações imorais vive a dar pitacos sobre política e justiça, sempre com ofensas e mentiras a respeito de autoridades que ele trata como desafetos. O homem não passa um dia sem disparar maledicências e cretinices contra tudo e todos.

 

Na verdade, Janot reproduz um vergonhoso padrão de conduta, cada vez mais na moda entre senhores até então vistos como exemplos de sobriedade. Depois das redes sociais, vestais do mundo das togas nunca mais seriam os mesmos. De promotores do Ministério Público a magistrados de qualquer tribunal, ninguém resiste à sedução de aparecer com mais um faniquito, não importa por qual razão. O que interessa é a autopropaganda em doses bestiais. Os doutores estão em transe.

 

É dentro desse novo cenário que se deve avaliar o patético desempenho do Supremo Tribunal Federal – como se viu na sessão desta quinta-feira. Figurinhas como Roberto Barroso e Luiz Fux não se conformam mais com o papel de simples julgadores. Eles querem formular novas leis e reescrever a Constituição, como se tivessem sido escolhidos para substituir o Poder Legislativo. Tudo isso, naturalmente, vem coberto por aquela ridícula vaidade que é própria da patota.  

   

Vejam como estamos numa situação de calamidade. Seja na ativa, seja passeando pelo mundo (como a tranqueira do Janot), suas excelências perderam mesmo a compostura que se espera de toda e qualquer autoridade. Se a letra da lei sempre foi sinônimo de segurança jurídica e garantia de respeito ao estado democrático, hoje não mais. Interesses políticos e vaidade pessoal passaram a ser os parâmetros básicos nos tribunais. Foi sempre assim? Provavelmente.

 

A diferença nos dias de agora talvez seja a gradação das lambanças. Os atuais integrantes do STF, por exemplo, já aprontaram tanta presepada, que é impossível encontrar outra época tão decadente quanto a que estamos vivendo. Mudar isso tudo é tarefa para atravessar gerações. Assim não dá.

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