A direção nacional da Polícia Federal acaba de criar o cargo de delegado especializado em investigação de notícias suspeitas de espalhar mentiras como se verdade fosse. O alvo são as redes sociais. É mais ou menos isso, segundo entendi do relato na Folha de S. Paulo. Por causa da eleição que vem aí, o que o mundo passou a chamar de fake news agora é questão de segurança nacional no Brasil. Uma real novidade na guerra das urnas em 2018
A PF terá um núcleo, em parceria com outras instituições, para monitorar a produção e troca de informações durante a campanha eleitoral. Se o objetivo é detectar e combater histórias fictícias que atacam candidatos, difícil será encontrar algo de verdadeiro nessa roda viva de fatos, factoides, chutes e opiniões. Além do mais, numa campanha a única verdade é o vale-tudo.
Como a tecnologia renova todos os dias as possibilidades virtuais, a influência da internet na briga por votos já é forte, mas não se tem ainda um conjunto de dados que ateste o peso real desse fator em campanhas eleitorais. O certo é que tal poder será cada vez mais decisivo. Daí parecer pertinente a decisão anunciada pela Polícia Federal. É mais uma frente de produção de denúncias.
E a proliferação de fake news na imprensa tradicional? Quem investiga e quem combate? Por enquanto, segundo as regras no ordenamento jurídico, cabe essencialmente ao cidadão que se sentir ofendido agir na busca por reparação. Um caminho naturalmente imprevisível e com lances sempre turbulentos. Quanto às mentiras dos candidatos, vamos nos preparar.