Os partidos da extrema direita não estão nem aí com o destino de Jair Bolsonaro. O que essas legendas querem é o espólio do capitão da tortura a caminho da cadeia. Por isso, os “aliados” do Jair fingem que ele é o candidato dos “conservadores” para 2026. Ronaldo Caiado, Tarcísio de Freitas e outros, no entanto, sabem que isso é algo do reino da fantasia, sem chance de virar realidade. Se inelegível, elegível não será.

Condenado pelo TSE após campanha criminosa contra o voto em urna eletrônica, Bolsonaro deve ser sentenciado no STF durante o mês de setembro. Neste caso, como se sabe, ele responde por ter maquinado um golpe de Estado, o que impediria a posse do presidente eleito, Lula da Silva. Apesar das tentativas de chicana, não há escapatória.

E aí ficam os partidos “fiéis” ao ex-presidente repetindo o discurso sobre uma candidatura do mundo sobrenatural. União Basil, Progressistas, PL, Novo, Republicanos e Podemos são as principais facções no universo do mais bruto reacionarismo. Como Bolsonaro ainda tem voto, esses covis partidários não podem romper com ele.

No comando dessas siglas estão patriotas como Antonio Rueda, Valdemar da Costa Neto e Ciro Nogueira. Dá até a impressão de que estamos diante de uma formação de quadrilha. Enquanto a família Bolsonaro clama por uma intervenção americana, os aiatolás dos partidos costuram por todos os lados à procura de um candidato real.

Aqui por Alagoas, porcarias da política ciscam de um lado para outro em busca de um lugar no convescote da patriotada golpista. Alguns já estão proibidos pela direção nacional de dizerem o que pensam sobre eventuais candidaturas. A ordem é manter o bico calado – ou serão expulsos. Democracia e liberdade, segundo a extrema direita. 

Lembrando: estamos falando de arranjos para 2026. As tramoias no âmbito nacional têm tudo para fazer estragos nas armações regionais. A manada alagoense que reverencia Bolsonaro certamente percebeu, e faz tempo, que não basta a vassalagem ao “mito”. Quem decide a parada são os profissionais. Sendo assim, obediência é a regra principal.

Por isso tudo, os virtuais candidatos desses partidos para o governo de Alagoas e para o Senado vivem um drama. Falam grosso para sua claque e exibem muques em rede social, mas não têm musculatura política para decidir o próprio rumo. Melhor para Renan Filho e todo o grupo em torno do governo estadual. É o que está à vista no meio da praça. Para as viúvas do Jair, está claro, resta esperar as ordens dos chefões nacionais. 

Na imagem do alto: Ciro Nogueira e Antonio Rueda.