Começou a contagem regressiva para o julgamento de Luiz Inácio Lula da Silva na segunda instância. Como se sabe, está marcada para o dia 24 de janeiro a sessão que pode até levar o ex-presidente à cadeia. Condenado por Sergio Moro em primeira instância a nove anos e meio por corrupção, Lula recorreu e terá seu destino sacramentado por três desembargadores sediados em Porto Alegre.

 

O julgamento, por enquanto, habita o futuro, mas o desfecho já está decidido. Lula foi considerado culpado também pelo Tribunal Federal, informa boa parte da chamada grande imprensa. Por essa versão dos fatos, no dia 24 haverá tão-somente o anúncio do veredito. Condenado, preso ou não, é praticamente impossível que o ex-presidente seja candidato.

 

A sentença da Justiça em segunda instância impede a candidatura de Lula por causa da Lei da Ficha Limpa. Diante de tal resultado, há quem anuncie dias de fúria nas ruas brasileiras em defesa do petista. Não se sabe o quanto dessa previsão é mais torcida do que qualquer outra coisa. Mas é claro que o clima estará longe da calmaria num cenário em que Lula é barrado.

 

A propósito, embora muitos discordem até de forma um tanto destemperada, nos autos do processo há de tudo, menos uma prova cabal contra o réu. O juiz Sergio Moro é muito bom de marketing, mas não conseguiu o que tanto esbraveja. Por isso, Lula também será condenado pelo “conjunto da obra”. E aí ele entra na campanha pra valer.

 

Sim, Lula é o personagem central e decisivo na eleição de 2018, seja ou não candidato, esteja livre ou atrás das grades. O Brasil terá uma disputa eleitoral pela Presidência como nunca houve, com um elevado índice de ineditismo. Tudo pode acontecer. De quebra, está em jogo o destino daquele que é o principal líder político brasileiro das últimas cinco décadas.