A velha política e a eleição de 2018

20/09/2017 00:10 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

Então você está cansado e não aguenta mais os políticos tradicionais. Mais ou menos de quatro anos para cá, as multidões descobriram o que certos pensadores gostam de chamar de “crise de representatividade”. Preocupados com os rumos da civilização, analistas mais antenados enxergam o fenômeno em dimensões globalizantes. A revolta toma conta do mundo.

 

Da primavera árabe às jornadas de julho de 2013 no Brasil, chegamos aos dias atuais. Nesse intervalo de tempo, a tensão política foi às alturas e elegeu caras novas que pouco ou nada mudaram o panorama que esta aí. A descrença generalizada segue reproduzindo um difuso desejo por mudança, ainda que ninguém consiga apontar como isso poderia se materializar de modo eficaz e saudável.

 

Longe das teorias mais ou menos alucinadas, a lista de nossos favoritos para 2018 escancara o paradoxo desconcertante: daqui a um ano, vamos eleger a velharia de sempre. Basta ver a última pesquisa para a eleição presidencial, realizada pela Confederação Nacional dos Transportes e publicada nesta terça em toda a imprensa. Os nomes que teremos na urna estão na praça há algumas décadas.

 

Para governar um novo Brasil a partir de 2019, nossas alternativas começam em Lula e Marina Silva, passam por Ciro Gomes e Geraldo Alckmin e terminam em João Dória e Jair Bolsonaro. Entre eles, ainda temos Álvaro Dias e Aécio Neves. É esse o time que pede o seu voto com a promessa de transformar o país num celeiro de desenvolvimento, emprego e ética na política.

 

Os números apontam, mais uma vez, que Lula bate todos os concorrentes, no primeiro e no segundo turno. O campeão de votos, no entanto, é um não candidato, ou seja, o índice de rejeição. Na média geral, os nomes são rejeitados por 50% dos eleitores. Natural. Sobra ódio pra todos os lados e para todas as siglas partidárias.

 

Voltemos então ao cenário sobre o desencanto geral com os políticos tradicionais. Você pode até estar cansado de todos eles, mas já deve ter percebido que não terá escapatória. Mesmo que seu voto (de protesto) seja nulo ou em branco, um velho conhecido nosso chegará ao poder. É o destino.

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