Pega fogo no cabaré da extrema direita. Eduardo Bolsonaro diz que Tarcísio de Freitas vai detonando com o pai Jair Bolsonaro. O verbo usado não foi detonar, mas, em respeito à sensibilidade da família brasileira, recorri ao eufemismo. O deputado fujão se mostra indignado com o governador paulista – que não defende Jair, “vítima” do ministro Alexandre de Moares. Como você sabe, o caso acabou naquele “VTNC”.

Ao lado do ataque do Zero Três, vieram as palavras sempre lúcidas de Carlos Bolsonaro. Ele atacou na mesma linha, mas ampliou o número de destinatários de sua mensagem. Segundo Carluxo, os “ditos governadores de direita” são todos “oportunistas e canalhas”. Para o vereador carioca, Zema, Caiado, Tarcísio e outros agem como “ratos”.

Como não podem melindrar o eleitorado de Jair Messias – que eles querem herdar –, os agredidos fingem que não é com eles. Com isso, de maneira patética, esses chefes estaduais fazem malabarismo para ao menos fingir alguma dignidade. Enquanto isso, sim, tramam, às escondidas de Bolsonaro, acordos para disputar a presidência.

Bolsonaro e família insistem na aventura tresloucada: querem que os aliados viabilizem a sobrenatural candidatura do chefe do clã. Como? O homem está inelegível e será condenado à prisão daqui a pouco. Ora, que se use a força se necessário – e até a intervenção de uma potência estrangeira. É presepada até umas horas, meu camarada.

Como isso não vai acontecer, os “amigos” da direita vão se acertando. Sob a liderança de gigantes da probidade, como Valdemar da Costa Neto e Antonio Rueda, os pré-candidatos costuram acordos e já buscam um vice. Nesse caso, para ser companheiro de chapa de Tarcísio, o preferido da plutocracia. É pressão sobre o bolsonarismo.

Um parêntesis. Lembrei agora do governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, filiado ao União Brasil. Direitista raiz, ele destoou dos colegas e reagiu ao palavrório de Carlos Bolsonaro. Prestem atenção na sutileza da prosa: “Ele deve estar, assim, se sentindo ferido, magoado, e falando pela boca aquilo que devia sair por outro lugar”.

Depois dessa, vamos fechar o roteiro com mais uma nota sobre momento comédia. Tarcísio de Freitas não para de fechar alianças. Primeiro foi com Wesley Safadão. Depois, um jantar na mansão de Latino (foto acima). Latino é aquele monstro da arte musical que eternizou o seguinte verso: “Pode aparecer, vai rolar bundalelê”. Agora pegou embalo.