Revista arapiraquense inicia comemorações de dez anos de circulação.

01/04/2017 14:48 - Click Due
Por Lourdes Rizzatto

 Nascida no coração do agreste a Revista Xereta é o que podemos chamar “Prata da Casa”, ou melhor, reconhecida como “Prata de Arapiraca”. Seu editor, Eufrásio Paulino, desde a primeira edição lançada no dia dez de outubro de 2007, “religiosamente” realiza tiragens bimestrais faça “sol” ou “chuva torrencial”. Com a 57ª edição marcada para circular a partir do dia 20 de abril e com uma agenda de eventos programados para celebrar os dez anos da revista, o Click Due bateu um papo descontraído com o idealizador deste veículo que atualmente é distribuído em mais de 30% dos municípios alagoanos.

Click Due: Paulino, sua trajetória profissional em Arapiraca foi iniciada como palhaço Polegar. Como foi essa passagem de animador de festas para editor de revista?

Eufrásio Paulino: O palhaço Polegar surgiu do amadurecimento de trabalhos artísticos que fiz em Arapiraca e no sul do país. Aos 19 anos fui estudar na Escola Hugo Lima e lá o professor de artes, Cícero Feitosa, me convidou para fazer parte do grupo que iria encenar a Paixão de Cristo no Colégio Quintela Cavalcante. Depois dessa apresentação tive a ideia de criar o Companhia Teatral Arapiraca – CTA, e convidei amigos para fazer parte deste projeto. Deu tão certo que participamos de intercâmbios culturais como grupo de teatro amador representando Arapiraca em encontros de teatro em várias cidades do Nordeste. Em 1998, o palhaço Polegar nasceu de forma natural, eu simplesmente uni o “útil” que era a minha necessidade de ter uma remuneração ao “agradável”, à minha paixão por interpretar.

Click Due: Nesta época você já pensava em criar uma revista?

Eufrásio Paulino: Nesta época eu estava completamente envolvido em aprimorar o meu lado de ator e diretor, então decidi tentar a sorte em São Paulo e fui morar na casa do meu irmão, em 1981. Fiz vários cursos de teatro e inúmeros testes em emissoras de TV, o que me renderam algumas figurações em novelas. A que mais me marcou foi uma externa, em um shopping, onde pude estar bem perto de Paulo Autran e Fernanda Montenegro, em uma cena da novela Guerra dos Sexos, da TV Globo. Mas, no mesmo ano meu irmão Antônio Pedro faleceu após um AVC, e como a figuração não remunerava de forma que pudesse me manter sozinho tive que retornar a Arapiraca. Em 2004 me envolvi com a política e saí candidato a vereador pelo Partido Trabalhista Cristão – PTC. Muitas pessoas conheciam o trabalho e a trajetória honesta do palhaço Polegar, e apostei nisso para tentar uma vaga na Câmara de Arapiraca e dar a minha contribuição aos artistas da terra. Não fui eleito, porém tive a oportunidade de conhecer vários políticos e percebi que havia uma carência de informações dos trabalhos realizados por eles, e foi aí que comecei a pensar em fazer um veículo que proporcionasse maior visibilidade às ações das prefeituras do agreste. Assim, nasceu em 2007 a revista Xereta.

Click Due: Então a revista Xereta levou três anos amadurecendo para poder nascer?

Eufrasio Paulino: Eu digo que passei por um período de aprendizagem porque me preparei para acompanhar o trabalho de amigos da área de comunicação em eventos de Arapiraca e nos municípios do agreste e sertão. Participei de emancipações políticas, inaugurações, cavalgadas, procissões, enfim, uma gama de temas que contribuíram para que eu analisasse o que poderia ser feito de diferente. Percebi que revistas antigas de vários estilos tinham uma vida útil prolongada, tanto em setores do poder executivo, quanto na iniciativa privada, principalmente em salões de beleza e consultórios médicos. Foi aí que tive a certeza que uma revista abordando assuntos de interesse de cada cidade seria bem aceita. A sugestão de periodicidade da revista obtive através de conversas informais com os moradores de cada localidade. Foi esse “feedback” que me deu coragem para colocar em prática o projeto.

Click Due: Como surgiu o nome Xereta?

Eufrásio Paulino: Eu era o palhaço Polegar, mas nos eventos que eu acompanhava meus amigos de imprensa eu não usava o meu traje de trabalho, eu era simplesmente o Eufrásio Paulino que perguntava muito e sempre queria saber algo mais. Muitos me achavam um xereta e em alguns lugares eu escutava com frequência “ê lá vem o xereta!”. No princípio isso me incomodava, mas depois que eu fui buscar o significado real da palavra, sem o sentido pejorativo que ela possa trazer nas entrelinhas, me apeguei ao sinônimo curioso e decidi que a minha revista seria uma eterna curiosa sobre o que acontece nos municípios, e assim nasceu a Revista Xereta.

Click Due: Qual a análise que você faz destes dez anos de circulação, principalmente pelo fato que nos últimos anos, devido à crise econômica do país, muitas prefeituras deixaram de investir em publicidade?

Eufrásio Paulino: Ser um editor autodidata não é algo fácil, buscar patrocinadores e anunciantes para um produto novo também é algo que requer muito empenho, firmar-se em um mercado competitivo onde há variados veículos guerreando por apoio, muitas vezes gera desânimo e frustrações, mas para quem tem foco as adversidades tornam-se um elemento desafiador..., o que estou querendo dizer na realidade é que, com ou sem crise econômica, sempre tive que batalhar muito para ser fiel à tiragem bimestral. No início foi muito difícil, mas a prefeitura de Arapiraca acreditou no projeto e mil exemplares começaram a circular em Arapiraca e região agreste. Nestes dez anos em circulação a revista Xereta contou com a participação de dezessete prefeituras, mais o governo do estado. A iniciativa privada também fez a diferença no período, principalmente o das “vacas magras”. Continua, ainda hoje, não sendo fácil, mas posso considerar que “com ou sem crise” a revista cresceu, a tiragem aumentou de mil para cinco mil exemplares, a distribuição expandiu de cinco para quase cinquenta cidades de Alagoas. Afirmo, com certeza absoluta, porque na maioria sou eu mesmo que deixo as revistas em locais estratégicos, e a minha meta nos próximos cinco anos é atingir todo o estado com a distribuição gratuita.

Click Due: Para encerrar este nosso bate papo, quero saber qual a agenda de eventos em 2017 que a Revista Xereta está preparando para celebrar os dez anos de circulação?

Eufrásio Paulino: Iniciei no dia 11 de março com um lindo baile na AABB de Arapiraca, com o tema “Anos Dourados”, foi uma linda festa que contou com o talentoso DJ Paulo Marcelo, Banda Cores do Mar da cidade de Penedo, e participação especial da cantora Claudia Carla. Neste evento eu contei com apoio da Radar, Alagoas Motos, Edileide Decorações de Festas, Centergraf, SINAL Impressão Digital, Panificadora São Gerônimo e AABB Arapiraca. As comemorações dos dez anos da revista também contarão com a 1ª Feijoada Xereta, Exposição Fotográfica das Capas e a entrega da 7ª edição Prêmio Destaque Alagoas. Estes três eventos ainda estão sem datas definidas porque estou alinhando patrocinadores, apoio e parcerias, mas adianto que serão grandes eventos.

Nós, do Click Due, agradecemos ao editor Eufrásio Paulino pela entrevista e expressamos a nossa admiração por essa bela trajetória de vida, e desejamos que daqui a cinco anos possamos ter outro encontro como este para que, orgulhosamente, você possa confirmar que sua meta de distribuição gratuita da Revista Xereta em todo estado de Alagoas seja uma realidade.

Para você nosso leitor, deixamos na galeria de imagens alguns cliques do “Baile Anos Dourados”, a primeira grande festa em comemoração dos dez anos da Revista Xereta. Esperamos que você curta e se sinta motivado para os próximos eventos que virão.

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