Olá, pensadores!

 

Até que fiquei orgulhoso quando vi nossa querida Maceió eleita, pelo trade turístico nacional, como a capital brasileira do réveillon, eleição esta que, aliada ao título de capital mais bonita do país (portal iG), fez nossas ruas, nos ultimos dias, se encherem de turistas dos mais variados países e estados. A cidade é uma mistura de cores e idiomas, em busca de suas praias, de sua gastronomia e de suas festas.

Contudo, a falta de preparo dos profissionais da área de entretenimento de Maceió, bem como sua ganância pelo lucro sem justificativa, pode fazer do Réveillon 2013 o último com esse clima "apoteótico" para nossa capital. É um absurdo o que os organizadores de festas e donos de bares e locais de entretenimento andam praticando em preços, em serviços deficientes e em lesão aos direitos dos consumidores, como se o fim do ano os autorizasse a cometer tais abusos.

Estou com um grupo de amigos de São Paulo e Rio aqui e fiquei "sem resposta" quando me perguntaram por que algumas barracas da orla de Ponta Verde estão cobrando ingresso para que a gente sente na areia da praia... Também não soube o que falar quando questionaram por que o preço da cerveja e dos petiscos está tão elevado... O atendimento, inversamente proporcional aos preços e práticas abusivas, só aumentam a sensação de estar sendo lesado... É a sensação de estar sendo conscientemente extorquido.

Ontem, dia 29, fui a um dos pré-réveillons de uma das duas maiores festas promovidas aqui em Maceió... Quanta desorganização, falta de preparo e má-fé, para uma festa caríssima! Fizeram o show na praia do francês, na margem da AL 220 Sul, num local que não deixou opção para estacionar, gratuitamente, carros ou motos. Aliás, a única "opção": nos forçaram a pagar R$ 20,00 (vinte reais) para estacionar o carro, primeiro na poeira, depois na lama. Quem "optava" não pagar, tinha de enfrentar mais de um 1km de caminhada na poeira, num local absurdamente mal iluminado e ainda teria que deixar o carro à beira da rodovia... Pode?

No local, mais decepção: quem comprou ingresso pelo site, teve de enfrentar mais de uma hora na fila para resgatar o ingresso! Além disso, não tinha a "área vip" vendida pelos organizadores! Era tudo uma muvuca geral! A festa começou atrasada, obrigando a primeira banda a fazer um show de rídiculos 50 (cinquenta) minutos, para não ferir o horário da atração principal.

Os bares não tinham capacidade para atender a quantidade de pessoas. Resultado: mais fila, empurra-empurra e confusão. Não bastasse, o show principal nem tinha começado, a bebida (inclusive a água) já tinha se esgotado. Bebida paga, diga-se de passagem. Não havia, em todo o show, numa distância daquela, um único quiosque vendendo qualquer petisco... Nem churrasco de gato! E o pior: quem, como eu, comprou fichas de bebida (para não enfrentar a fila de novo) foi surpreendido com a recusa dos baristas (mal humoradíssimos) em devolver o dinheiro pago (já que não tinha bebida). Só com muito aborrecimento, conseguimos resolver o problema.

Maceió somente está ostentando esse título de "a capital do réveillon" porque o trade turístico viu aqui um potencial para movimentar a economia e fazer, finalmente, de Maceió um destino atrativo e sustentável... Entretanto, da forma como os atores desse processo estão se comportando, parece-me que nossa capital não vai conseguir ser dona desse "cinturão" por muito tempo.

Falta organização, visão profissional no ramo de entretenimento e noção de que o lucro sustentável é aquele que é obtido com margem para comportar a satisfação dos clientes, a presteza e excelência do serviço e a possibilidade de manutenção futura da atividade. Se falta qualquer destes elementos, o tiro será curto. A fama de Maceió será tão efêmera quanto o rastro luminoso de um fogo de artíficio: brilha, chama atenção, mas, rapidamente, se apaga e some.