A faixa azul e o castigo do carro próprio

19/02/2014 13:51 - Balaio do Teles
Por Silvio Teles

Olá, pensadores!

 

Faixa exclusiva para transporte público é essencial! O transporte público, de fato, tem de ter uma circulação livre e eficaz, para que possa ser um convite a abandonar o nosso individual veículo próprio. 

Pois é! O problema da implantação da Faixa Azul na Fernandes Lima e Durval de Goes Monteiro é justamente isso: para não mexerem no bolso dos empresários das concessionárias do transporte público, não exigiram deles nada, nem incremento da frota, nem qualificação da mesma, nem a criação de novas linhas e rotas. Do mesmo modo, para não ter que suportar o ônus, a prefeitura não pensou em medidas alternativas, vias locais com potencial para servirem de rotas paralelas, etc, nada, nada, nada. 

Em Maceió, pegaram a última etapa (criação da faixa exclusiva) e colocaram no topo da lista, lançando-a primeiro. A medida é tão esdrúxula que se alcançar o objetivo a que se propõe (incentivar o dono de carro a andar de ônibus), novo caos está por se aproximar: porque, como sabemos, a frota atual não tem capacidade de suportar nem a quantidade atual de usuários, imagine de captar uma nova leva de "novos usuários". 

Amigos, a faixa é essencial! Mas ela precisava ser precedida de uma série de medidas, entre elas, a criação de mais linhas, o incremento do número de veículos públicos e uma melhor qualificação deste veículos para que comodidade, conforto e velocidade realmente desestimulassem o velho hábito de andar no veículo próprio. 

Mas não! Foi mais fácil e menos oneroso pintar uma faixa azul no chão, com um tinta de péssima qualidade, torná-la exclusiva para os péssimos ônibus que servem à população e deixar os demais usuários da via pública à própria sorte, como se fosse um "castigo" ter seu carro próprio. Castigo, inclusive, que muitos dos usuários de ônibus gostariam de estar sofrendo, pois tantos trabalham no sonho de um dia comprar seu veículo também. Contraditório e estranho, no mínimo.

Portanto, não me tachem de burguês! Queria eu poder ir trabalhar de metrô e economizar no combustível, na manutenção do veículo e, ainda por cima, chegar mais rápido ao trabalho. Mas, do jeito que a prefeitura entende transporte público, tá meio difícil, viu?

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