Para o bem ou para o mal, sabemos que a economia de mercado nos impõe a necessidade de escolher de que forma iremos obter o nosso sustento. Baseados em satisfazer necessidades, muitas das quais são traduzidas em consumo, acalentamos sonhos de uma vida melhor. Um emprego formal, boa remuneração, rentabilidade e, se não for pedir demais, estabilidade e qualidade de vida são alguns dos ingredientes almejados. No entanto, profundas transformações no mercado de trabalho, estão cada vez mais, nos forçando a tomar posições quanto ao rumo das nossas carreiras, e por que não dizer, das nossas vidas. Revoluções tecnológicas, conflitos culturais entre gerações, ascensão da mulher no mercado de trabalho são alguns dos elementos que intensificam a disputa numa tensa conjuntura para o mercado de trabalho. Contudo, onde quer que você esteja, no campo, no setor público, na sala de aula, na empresa, e principalmente se estiver desempregado, tenho uma palavra para você: empreenda!
Vamos assumir a hipótese de que temos um objetivo na vida, se você estiver fora desse grupo é um bom momento para repensar se está mesmo vivo, se assim o for, pelo menos sobreviver é um objetivo razoável e desafiante, esse é o ponto de partida para à ação. O nosso dilema de escolha reside no questionamento a respeito dos meios para alcançar o nosso objetivo.
O emprego formal, o concurso público, a estabilidade, já não é de hoje, são promessas de uma vida confortável. Com a estabilidade da moeda e o aumento dos investimentos públicos federais dos últimos 20 anos, esse mercado de concursos ficou bastante aquecido. Sendo, de fato, uma boa opção para muitos. Mas até quando? Para quantos de nós? E até que ponto está satisfazendo aos nossos objetivos? Será que, todos os aprovados estão se mantendo felizes com suas escolhas profissionais? As respostas para estas questões, certamente irão variar de acordo com o contexto de cada um.
Na verdade, sou daqueles que acreditam que nascemos todos com aptidões e talentos a espera de serem descobertos e aproveitados por nós mesmos. Todos, somos plenos de capacidade para obter os meios para sobreviver dignamente. E o melhor, é que devemos assumir o comando das nossas carreiras. Enfrentar de cabeça erguida e com criatividade, as muitas mudanças de direção que a economia e a própria vida nos impõem. Não sejamos definidos pelo emprego que temos, mas pelo resultado que entregamos.
Um componente cultural importante é o de que por muito tempo, a escola e a família nos ensinaram que, a formula para a prosperidade estava em conseguir um bom emprego. Isso pode não ser mais provável para a maioria de nós. Conseguir um emprego é apenas um dos meios de se obter renda. E que nem sempre, a renda obtida dessa forma, está associada a realização pessoal. Que é outro elemento primordial para a nossa felicidade.
O documento O Desafio da Agricultura Familiar (EMBRAPA 07/12/2004) de Alberto Duque Portugal, indica que a chamada agricultura familiar constituída por pequenos e médios produtores representava a imensa maioria de produtores rurais no Brasil. Já eram cerca de 4,5 milhões de estabelecimentos, dos quais 50% no Nordeste. O segmento detinha 20% das terras e respondia por 30% da produção global. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário-MDA, este seguimento é responsável hoje, por mais de 70% da produção de alimentos consumidos no Brasil. É sem dúvida um bom exemplo da força do trabalho longe do patrão.
O sítio www.folha.com, revela que levantamento realizado pelo Sebrae constatou que 85,9% dos 118.895 empregos formais criados em todo o país em janeiro de 2012 foram realizados por micro e pequenas empresas de até quatro funcionários. São indícios de que existe vida fora do medo de empreender.
O Consultor Scott Gerber(@askgerber), considerado referência em empreendedorismo, criação e gestão de start-ups(empresas recém-criadas), que é fundador e presidente do The Young Entrepreneur Coucil, organização sem fins lucrativos que atua nos Estados Unidos da América apoiando o empreendedorismo e a criação de novas empresas, dá conselhos baseado no sucesso longe da procura de emprego. “Este livro é dedicado à morte do emprego “de verdade” Morra, seu miserável!” diz em seu livro Nunca Procure Emprego!: dispense o chefe e crie o seu negócio sem ir à falência (São Paulo, ed. Évora, 2012).
Na verdade sabemos, que tudo isso se quisermos, pode inspirar inúmeros questionamentos e discussões filosóficas. Acontece que a sombra das diversas mudanças de paradigma nos locais de trabalho e no mercado como um todo, pedem rapidez na tomada de decisão.
Além ainda do quê, o desemprego está fazendo vitimas inclusive na manutenção das famílias. Estudiosos do comportamento revelam, que o desemprego dos maridos e o crescimento profissional das esposas já são apontados como causa de muitos divórcios.
A coluna Seu Dinheiro, publicada em 30 de março de 2012 no The New York Times, trouxe um artigo intitulado “Manutenção do Casamento Quando o Dinheiro Está Apertado”, onde uma equipe de conselheiros interdisciplinar, dá conselhos de como tratar o cônjuge vitimado pelo desemprego ou pela mudança para um emprego com menor remuneração, e com isso minimizar os conflitos conjugais.
Não me surpreende nem um pouco, que a essa altura entremos nos dilemas emocionais. Não é novidade nenhuma, de que boa parte das decisões econômicas que tomamos, são motivadas por nossas emoções. Sei que isso, pode estar causando reviravolta nos túmulos de muitos economistas-matemáticos, em função de que o princípio de que o homem é um ser racional é ponto de partida para suas simplificações.