Que a falta de segurança dominou Maceió não é nenhuma novidade.

Mas o que me deixa indignado é o total descaso do governo do Estado com o aumento da criminalidade em nossa cidade. Você, caro leitor, já experimentou dar uma volta pelo centro, durante a noite?

Se for, vá de carro e nunca desacompanhado, pois a situação é gravíssima e as autoridades parecem fechar os olhos para o problema.

As nossas belíssimas praças - uma verdadeira aula da nossa história - inclusive a do Palácio do Governo, foram tomadas por ladrões, desocupados, alcoólatras e drogados.

Muitos, nos bastidores, andam chamando o centro de “a cracolândia de Maceió”.

A tristeza surge por constatarmos que um local histórico da cidade foi relegado ao esquecimento pelos que fazem a segurança do nosso Estado. Nossa tristeza aumenta quando observamos os dramas humanos da sociedade expostos cruamente nas praças do centro de Maceió.

Até quando persistirá essa situação? Até quando nosso governador fechará os olhos para a situação ali instalada? E o que é pior, outros locais como esse, espalhados nos quatro cantos da cidade, também têm sido tomados pelos comerciantes de drogas que usam o patrimônio público como base para seus nefastos negócios.

Vá você, cidadão, com sua família, tentar desfrutar de um desses locais construídos com o dinheiro que você pagou em impostos.

Dias atrás alguém pedia que fossem cortadas as árvores próximas a uma quadra esportiva num dos bairros da cidade, sob a alegação de que à noite o local seria utilizado por traficantes e drogados.

Será que o simples corte das árvores vai resolver o problema? Claro que não. Que as árvores fiquem em paz e cumpram o seu destino. O que se deve pedir são ações concretas dos poderes constituídos para ajudar na cura dos dependentes de drogas e colocar na cadeia os traficantes.

Nossa sociedade está apodrecida, minada pela ação das drogas. Trata-se de uma batalha desigual. De um lado os traficantes, nadando em dinheiro e comprando de tudo: armas munições, edifícios, carros... De outro, uma estrutura policial falida, sustentada a salários de fome, inquieta nos quatéis e, o pior, a tropa decepcionada com suas lideranças comentando aos quatros cantos que os privilégios continuam para uns poucos.

A nossa realidade é triste, sim. Pena que tais assuntos continuam não despertando o interesse do governo. Quem sabe quando os bandidos estiverem na porta da casa do governador isso mude?

Do jeito que a coisa anda, é de se perguntar: Maceió sobreviverá até quando?