Você deve estar pensando que estou falando da belíssima composição do nosso querido José Augusto interpretada pela cantora Alcione, a “Marrom“.
Antes fosse.
Pois bem, quero me referir, neste momento, pela enésima vez, ao estado de violência que assola o território alagoano e, pior, sem qualquer previsão de controle, verdadeiramente, sem qualquer limite.
A tragédia que nos indigna hoje será esquecida amanhã, por outra maior.
Aí você pergunta: será que é por que até filho de deputado é vítima - traiçoeiramente alvo da violência, em razão de assalto ou atentado, é que se toca nesse assunto?
Tenho sido um crítico diário da violência que alcança a população pobre, sem qualquer assistência, excluída de todas as políticas públicas de inclusão social e, diga-se, completamente sem esperança. Quem me acompanha sabe que este é o meu dia-a-dia, não me resignarei jamais contra este estado de coisas, não tenho direito de me acomodar.
Os cargos que ocupo e ocupei me propiciam uma visão amadurecida e objetiva das razões desta violência que relaciono aqui de forma resumida:
- êxodo rural;
- falta de empregos (cadê as indústrias?);
- ausência de escolas profissionalizantes (algumas prontas, mas fechadas há seis anos);
- evasão escolar gritante; e,
- falta de incentivo para se manter o homem no seu ambiente natural, o campo.
Nosso paraíso das águas, cantado em verso e prosa pelo Brasil afora, se transforma nesse momento na terceira cidade mais violenta do mundo e a número um do Brasil na mesma categoria.
Definitivamente, não era nesta lista, tampouco nesses lugares que o povo alagoano queria estar.
Não foi isso que prometeram para nós.
Digo, aqui, enfaticamente: falta política de segurança.
Infelizmente, estão brincando com a Segurança Pública.
Temos bons profissionais à frente da pasta, todos nós sabemos, mas só isto não basta, onde estão os recursos.
Discursos bonitos em dia de inauguração, propaganda esmerada na TV e outros penduricalhos, definitivamente, não colocam os meliantes na cadeia, com eficiência, nem nos protege preventivamente de nada.
A sociedade triste e desassistida clama por liberdade e segurança.
Precisamos dar um basta nas promessas, não podemos ter uma polícia mal paga (um dos menores salários do Brasil), sem incentivo e a corporação desunida.
Uma das melhores ações de combate a violência na cidade de São Paulo, o conhecido Bico Legal, implantada em razão da parceria do governador Alkimin (PSDB) com o prefeito Kassab (PSD), diminuiu em até 70% a criminalidade no centro de São Paulo onde circula 1milhão de pessoas por dia, ou seja, uma Maceió,
Chega de questionamentos e indagações, agora foi o filho do deputado, o secretário de estado, a mãe do vereador, o prefeito do interior, enfim, há muito tempo todos estão sendo atingidos pela violência.
No entanto, os mais aquinhoados têm, em tese, como se defender: contratam segurança particular, instalam câmeras de vídeo, cercas elétricas e compram cães de guarda. E o povo pobre? A quem eles tem para reclamar contra os crimes praticados contra eles cotidianamente?
Com todo respeito, até quando, Governador, vamos conviver com essa insegurança?
Violência se diminui com jornada integral de educação, geração de emprego e renda, ações sociais de verdade e saúde. Mais ainda: com uma polícia bem equipada, salários dignos, tropa unida e reconhecida.
Tenho muitos amigos “nas Polícias” e em breve vou fazer alguns relatos aqui de como anda, de verdade, a situação da nossa tropa.
Mas fica a reflexao: e agora; o que é que eu faço?