Considerado o “patinho feio” da Série C, onde no início da competição era tido como um dos pouquíssimos com chances de chegar à segunda fase, o CRB deu resposta em campo e já é, no mínimo, vice-campeão brasileiro da terceira divisão. Uma conquista com méritos. Afinal, nesta segunda fase fez uma bela campanha, mantendo-se invicto nos cinco jogos que disputou. Um crítico local chegou a questionar as qualidades da Série C. Esqueceu que no grupo do Galo estão Paysandu e América de Natal, que já disputaram a Série A.
Verdade é que a torcida tem toda razão de fazer uma grande festa durante e após o empate de 0x0 com o América de Natal, nesta quarta-feira no Rei Pelé, em noite memorável para o futebol alagoano. Uma resposta positiva aos críticos e um grande presente ao futebol alagoano, que andava precisando de um grito de desabafo no momento em que foi discriminado pelo dirigente executivo do Grêmio Porto-alegrense, Paulo Pelaipe, que revoltado com a merecida derrota do seu time para o Fluminense por 5x4, nesta quarta-feira pela Série A, disse que não existe futebol em Alagoas. A revolta do tal Pelaipe (pelo sobrenome ele já assusta) foi um ataque a arbitragem do alagoano Francisco Carlos Nascimento, que comandou o grande jogo. No mesmo momento o CRB se garantia na decisão da Série C, com passaporte carimbado na Série B de 2012. Competição, por sinal, onde Alagoas provavelmente terá dois representantes, já que as chances de o ASA se manter no torneio são reais.
É de bom alvitre mandar um recado ao senhor Pelaipe: aonde foi que o Grêmio descobriu o atacante Júnior Viçosa? A Federação Alagoana de Futebol já antecipou que pretende processar o dirigente gaúcho por discriminação e assim o faz acertadamente.
Mas voltando a grande conquista do Galo, louve-se alguns aspectos positivos, a começar pela determinação do grupo de jogadores, formado por um competente departamento de futebol capitaneado pelo competente Alarcon Pacheco; o apoio determinante da direção do clube, à frente o deputado Marcos Barbosa; e a volta da torcida alvirrubra ao jogos do clube, numa demonstração cabal do seu amor ao Galo da Pajuçara.
Em meio às comemorações, uma declaração curiosa de Barbosa; a de que os jogadores casados que vieram de outros estados deveriam trazer suas esposas para Maceió. Assim evitaria as escapulidas para as baladas, as tradicionais barcas. Decisão inteligente e merecedora de aplausos.
Por fim, resta torcer para que o CRB continue na ponta dos cascos para a decisão com o Joinvile, cujo primeiro jogo será no dia 26 próximo - um sábado - em Maceió, a pedido do Galo. Vencendo aqui, terá todas as chances de chegar ao título inédito. Afinal, o time catarinense não é nenhum bicho papão. O Papão do Grupo, o Paysandu, foi muito bem “degustado” pelo Galo da Praia.