
Durante muito tempo, infraestrutura era espera, promessa e dependência do erário. Hoje, o investimento chega onde encontra estrada, energia, saneamento e regras estáveis. O capital privado não discute intenção: examina o custo, mede o risco e segue em frente.
Em Alagoas, alguns passos já mudam o cenário. A expansão de fontes renováveis, um melhor serviço de distribuição de energia e perspectiva de instalação de térmicas flexíveis a gas natural começam a reduzir o custo de produzir. Energia mais barata não é adorno técnico. É convite silencioso à indústria.
No saneamento, as concessões romperam a rotina da estagnação. Água contínua e esgoto tratado significam menos doença, mais turismo, mais crédito imobiliário. Não se trata de luxo urbano. É fundamento econômico.
No gás natural, a autossuficiência, a estocagem e o adensamento da rede abrem caminho para indústrias de cerâmica, química e pequenas fábricas. O empreendedor precisa de previsibilidade. Se não encontra, parte para outro lugar sem alarde.
Enquanto isso, o Ministério dos Transportes avança nas rodovias e aperta o laço entre Alagoas e o restante do país. Estrada não é epopeia. É custo menor para o caminhão, é emprego na borda do asfalto, é mercadoria que alcança o sentido do litoral e do interior.
A reforma tributária completará a triagem. O incentivo fácil perderá valor. A disputa real será por energia barata, saneamento eficiente, gás acessível e melhor logística do Nordeste. O investidor lê isso como estabilidade.
No fim, resta uma conclusão sóbria. Infraestrutura não é pano de discurso. É política industrial de verdade. Quem entrega o básico atrai fábrica, serviço, crédito e renda. Quem não entrega arruma explicação. Graciliano não teria paciência para explicações.
George Santoro





