A dentista suspeita de aplicar silicone industrial e provocar necrose em pacientes em Arapiraca, no Agreste de Alagoas, foi presa nesta quinta-feira (23), conforme informou a Polícia Civil de Alagoas (PC/AL). Ela era investigada por realizar procedimentos estéticos ilegais, causando graves complicações de saúde nas vítimas.
As apurações tiveram início no dia 7 de outubro, após denúncias de pacientes que apresentaram problemas sérios e precisaram passar por cirurgias para retirada do material injetado, principalmente nos glúteos. Segundo o delegado Edberg Oliveira, responsável pelo caso, “algumas vítimas registraram boletins de ocorrência, enquanto outras precisaram de intervenção cirúrgica devido à necrose em partes do corpo”.
O inquérito foi conduzido pela Delegacia Regional de Arapiraca. As investigações apontaram que a profissional realizava procedimentos de harmonização corporal utilizando silicone industrial, substância proibida, em domicílio e sem condições adequadas de higiene. O valor cobrado pelos procedimentos era de R$ 2.500.
Em entrevista à TV Pajuçara, o delegado explicou que a suspeita adquiriu o produto de uma pessoa de Fortaleza, acreditando ser seguro para aplicação em humanos. “Depois, verificou-se que se tratava de silicone industrial, mas ela afirmou que não tinha conhecimento disso”, disse Edberg Oliveira.
A dentista responde pelos crimes de exercício ilegal da medicina e lesão corporal gravíssima. São quatro vítimas identificadas até o momento: duas de Arapiraca, uma de Lagoa da Canoa e outra de Murici, cidade natal da suspeita. A autoridade policial também alertou sobre os riscos do procedimento: “É fundamental buscar sempre profissionais habilitados, locais adequados e produtos autorizados, para evitar danos graves à saúde”.
Segundo Edberg Oliveira, a investigação continua para identificar se outras pessoas participaram ou auxiliaram nos procedimentos. Ele reforçou que “se houver outras vítimas, elas devem procurar a delegacia para registrar boletim de ocorrência, garantindo que a suspeita seja responsabilizada criminalmente”.
O mandado de prisão preventiva foi cumprido na quarta-feira, e a dentista passará por audiência de custódia. Caso a prisão seja mantida, ela será encaminhada ao sistema prisional.
As vítimas sofreram não apenas prejuízos físicos, mas também impactos psicológicos graves. “Infelizmente não conseguimos mostrar os danos físicos, porque foram imensos e incalculáveis”, disse o delegado.










