A morte do médico Alan Carlos, assassinado a tiros no último domingo (16), em Arapiraca, ganhou um novo desdobramento nesta terça-feira (18). Emerson Lima Barros, irmão da médica Nádia Tamyres, presa pelo crime, procurou a imprensa e afirmou que a família acredita que Alan era inocente e foi morto de forma “covarde”.

Emerson condenou a atitude da irmã e revelou que a família já havia acionado o Ministério Público para denunciar o comportamento dela. Segundo ele, existe um laudo que descarta conjunção carnal na criança envolvida no caso, o que teria contribuído para a absolvição de Alan na denúncia de estupro.

“Ela matou um inocente”, declarou Emerson, relatando que a família passou a desconfiar da versão apresentada por Nádia. Ele afirmou ainda que a própria mãe acredita que Alan foi morto injustamente e que a médica “agiu de caso pensado”. 

Possível motivação financeira

Emerson também sugere que o crime pode ter tido motivação financeira. Ele contou que o casal havia construído uma academia, com inauguração prevista para o próximo sábado (22). 

“O Alan nunca deixou de amar a Nádia. Por que ela nunca pediu divórcio? Agora ela é viúva e tem posse de tudo”, apontou.

O irmão disse ter convivido com o casal por cerca de 15 anos e afirmou nunca ter presenciado atitudes que desabonassem a conduta de Alan. Ele rebateu a acusação de estupro de vulnerável reforçando que “os laudos mostram sua inocência”. 

Família alertou o Ministério Público

Ainda de acordo com Emerson, ele e a mãe procuraram o Ministério Público em Arapiraca para alertar sobre o comportamento da médica. Um outro irmão teria relatado que Nádia mencionou a intenção de cometer uma tragédia caso perdesse o processo: “mataria a própria filha e depois se mataria”.

Com a prisão da médica, a criança está sob a guarda da avó materna. A família teme que Nádia seja solta.

“Minha mãe está morrendo de medo que ela tenha acesso a armas e faça uma tragédia novamente”, disse Emerson. 

O crime

Alan Carlos foi morto dentro de um carro, na tarde do domingo anterior (16),  em frente à Unidade Básica de Saúde do Sítio Capim, na zona rural de Arapiraca. A suspeita, ex-esposa da vítima, foi presa em Maceió com a arma do crime.

O veículo do médico foi atingido por pelo menos oito disparos de arma de fogo, mas a vítima foi morta por um único tiro, concluiu a perícia realizada pela Polícia Científica de Alagoas, em informação divulgada na tarde desta terça-feira (18), pela assessoria .

A análise foi realizada no local do crime, no povoado Capim, pelo perito criminal Israel Bezerra, do Instituto de Criminalística do Agreste. O perito identificou os impactos no automóvel e constatou que apenas um dos disparos alcançou a vítima, atingindo a região torácica. 

O Instituto Médico Legal (IML) de Arapiraca confirmou a causa da morte após o exame cadavérico. De acordo com o perito médico legista Matheus Custódio, o projétil atingiu o pulmão direito, a artéria aorta ascendente e o átrio esquerdo. O projétil foi recuperado na musculatura das costas da vítima.

As investigações continuam sob responsabilidade da Delegacia de Homicídios de Arapiraca. Quando prontos, os laudos de perícia de local e o cadavérico serão encaminhados para a Polícia Civil.

 Alan Carlos e o irmão Emerson Lima, que contesta a versão da médica, Nádia Tamyres / Foto: Reprodução