O Sindicato dos Médicos de Alagoas, em postagem divulgada em suas redes sociais, manifestou solidariedade aos funcionários do Hospital Veredas, e reconhece que a paralisação impacta inclusive nos cursos de residência médica do hospital. 

“Atendimento à saúde envolve equipe, quando alguns membros suspendem as atividades, tudo passa a funcionar com deficiência. É inadmissível trabalhar sem receber, daí nosso apoio ao movimento”, desabafou a presidente do Sinmed, Sílvia Melo, apelando por maior empenho das autoridades no sentido de agilizar a regularização do atraso salarial.  

Ela argumenta que, dada a frequência com que ocorrem as paralisações nos diversos setores do hospital, o ideal é transferir os médicos residentes para outra instituição credenciada pelo Programa Nacional de Residência Médica. 

“Como fazer medicina sem equipe, sem laboratório eficiente, sem exames complementares feitos em tempo hábil, enfim, a precariedade de condição compromete o processo prático dos residentes”. Segundo a líder da categoria, é lamentável a justiça insistir em mantê-los lá, achando (equivocadamente) que médico residente é médico assistente, e que descredenciar o Programa vai afetar ainda mais os pacientes. O hospital tem que dispor de médico assistente em quantidade compatível com a demanda,” enfatizou Sílvia Melo, pontuando que nada pode interferir no padrão de aprendizagem dos residentes.

Ela acrescenta que formação médica é coisa séria, não cabe improviso, ainda mais no atual contexto em que o saber médico vem sendo posto em descrédito. “O Sinmed é contra não somente a expansão desordenada dos cursos de graduação, mas também os de Residência". 

“Ambos problemas geram perigo à população. Quem se beneficia com isso?  Importante cada médico despertar a consciência para as consequências danosas ao mercado de trabalho. O cidadão, de modo geral, também precisa ter essa visão. Do jeito como está, a tendência é normalizarmos o fracasso da medicina. Enfim, o médico que se inscrever em alguma seleção de Residência deve analisar com critério onde fazer o curso para se especializar. Infelizmente, apesar de credenciados no PNRM, nem todos os locais encontram-se de fato dentro dos parâmetros”, observou, recomendando igual rigor na escolha das faculdades de graduação.