O CM Cast, podcast que analisa os bastidores da política local e nacional, lançou um novo episódio nesta segunda-feira (6), abordando a atuação de Alfredo Gaspar (União), relator da CPMI do INSS. O episódio discute se Gaspar representa um avanço nas investigações ou apenas uma tentativa de “lacração” política.
Os jornalistas Carlos Melo, diretor do Grupo CadaMinuto, e Ricardo Mota destacam que a CPMI deu ao deputado visibilidade nacional, algo incomum para um parlamentar de primeiro mandato. Melo observa que Gaspar se tornou uma das figuras da direita alagoana capazes de furar a polarização entre Arthur Lira e Renan Calheiros.
“Ele tem conseguido essa visibilidade de maneira equilibrada, embora mantenha aquele estilo mais ‘linha dura’, parece que todo dia ele prende alguém”, comenta Melo. Ricardo complementa que a comissão permitiu a Gaspar reposicionar sua imagem após episódios polêmicos.
Mota lembra uma saia justa com o então ministro da Justiça Flávio Dino. “Ali, o Dino desmontou o Alfredo com elegância. Depois, o próprio Alfredo disse que repetiria o que fez, mas ficou claro que ele escorregou feio na casca de banana”.
O episódio também aborda casos concretos investigados pela CPMI, como o chamado “careca do INSS”, um servidor milionário que colecionava carros importados e foi preso a pedido da comissão.
Ricardo aponta que, apesar do tom teatral, há resultados práticos. “Chegou lá negando tudo, até que fosse careca! Uma figura quase caricata, mas símbolo de um esquema milionário”.
Melo ressalta que o relator às vezes se comporta mais como um xerife do que como parlamentar. “Relator não pode sair chamando gente de ladrão e batendo na mesa. Esse tom teatral pode acabar comprometendo o trabalho da comissão.”
Além da postura investigativa, a CPMI trouxe à tona a dimensão política da atuação de Gaspar. Ricardo Mota lembra que o parlamentar já afirmou que “a visibilidade é uma faca de dois gumes: pode me ajudar a mostrar resultados ou me queimar politicamente.”
Os comentaristas ressaltam que a CPMI funciona como um verdadeiro teste para Gaspar, revelando sua habilidade tanto na atuação política quanto na investigativa. Ricardo Mota observa que, como ex-promotor, o parlamentar tem experiência para fazer perguntas incisivas, mas precisa ter em mente que o Congresso não é um tribunal.
“Se usar a comissão para expor fraudes de forma responsável, pode se consolidar como uma liderança nacional. Se exagerar na dramatização, arrisca a credibilidade conquistada”, finaliza.
Os episódios do CM Cast vão ao ar às segundas e quintas-feiras, a partir das 12h.





