O CM Cast, podcast que analisa os bastidores da política local e nacional, lançou um novo episódio nesta sexta-feira (21).

Os jornalistas Carlos Melo, diretor do Grupo CadaMinuto, e Ricardo Mota discutem quem possui mais “podres” que poderiam comprometer a campanha eleitoral em uma eventual disputa entre JHC (PL), que sinaliza candidatura ao governo, e o ministro Renan Filho (MDB), nas eleições de 2026.

Segundo Melo e Mota, em um eventual embate, cada candidato tende a explorar as vulnerabilidades do outro. “Eu digo ‘ponto fraco’, você diz ‘podres’”, brinca Melo. “No fim das contas, são sinônimos. É exatamente o que se pretende.”

Ricardo destaca que Renan Filho também enfrenta fragilidades e propôs um exercício hipotético: “Se você fosse o marqueteiro de um candidato, o que seria explorado? Campanha eleitoral é mostrar os defeitos do outro, cada vez mais do que exaltar qualidades ou realizações políticas.”

Os comentaristas apontam que os bastidores da política da capital têm sido movimentados pela operação do Banco Master, que prendeu o presidente da instituição, e pela aplicação de mais de R$ 100 milhões do Iprev no banco. Embora o investimento pareça atraente, há risco evidente: sem lastro ou garantia, o valor não está protegido.

Mota observa que, no caso do Iprev, a aplicação milionária não teria cobertura do fundo garantidor, que protege apenas até R$ 250 mil. “Isso é muito pouco comparado ao que foi investido pela prefeitura de Maceió. Evidentemente, terá repercussão política e será cobrado do prefeito JHC.”

Além disso, o acordo da Braskem também será um ponto fraco para o ministro dos Transportes. Ricardo ressalta que “o grupo senatorial de Renan Calheiros aceitou R$ 1,2 bilhão, enquanto originalmente se cobraria R$ 20 ou 30 bilhões. Embora relevante, o tema acabou ficando de lado.”

Os jornalistas comentam ainda outros episódios que podem ser explorados durante a campanha, como o flagrante de R$ 270 mil de propina na prefeitura de Murici e decisões polêmicas de nomeações, incluindo a escolha da esposa de Renan Filho como conselheira do Tribunal de Contas.

Mota reforça que, em uma possível disputa entre JHC e Renan Filho, ambos têm pontos fortes e fracos, e a disputa será marcada pela exploração dessas vulnerabilidades. “Não é tanto a quantidade de episódios, mas a gravidade de cada um que impacta a percepção pública”, disse.

Melo conclui que é importante discutir essas questões, que normalmente ficam abaixo do radar. “O cenário ideal, do ponto de vista da alternância política, é que eles se enfrentem. Isso permite ao eleitor avaliar diferentes projetos e decidir entre manutenção ou mudança.”

Segundo os analistas, os pontos levantados também poderiam servir como briefing estratégico para marqueteiros políticos, que estruturariam a narrativa da campanha e explorariam os pontos fracos de cada candidato.

Os episódios do CM Cast vão ao ar às segundas e quintas-feiras, a partir das 12h.