A elite do bolsonarismo alagoano está revoltadíssima. Thiago Prado, Leonardo Dias, Cabo Bebeto, Fábio Costa e Alfredo Gaspar não param de emitir suas opiniões equilibradas sobre o que se passou na Primeira Turma do STF. Esses cidadãos de bem denunciam ao mundo que um homem inocente, um cara inofensivo, um exemplo de dignidade – sim, tudo isso é Jair Bolsonaro – é alvo de uma tremenda injustiça.

Esses chefes de família reivindicam para o líder da extrema direita tratamento de estadista. Após o julgamento no STF, os seguidores de Bolsonaro acusam o “sistema” de violação de direitos humanos. Você leu direito. Xerifes adeptos à filosofia do Prendo & Arrebento agora falam como paladinos das garantias individuais e coletivas.

Já escrevi isso, mas é preciso ressaltar mais uma vez. Bolsonaristas definem direitos humanos como esterco da vagabundagem. O quinteto do qual trato aqui pensa exatamente desse modo. Defender direitos humanos é coisa de vagabundo, é mimimi de esquerdista que apoia bandidos. É isso o que eles sempre vomitaram. Não mais.

Em suas manifestações de alto nível pelas redes sociais, os fanáticos pelo Imbrochável – Jesus de Belém! – atacam em outra frente: o julgamento foi uma farsa que não respeitou o devido processo legal. De novo, você leu direito. Os que exaltavam os métodos da gangue de Curitiba na Lava Jato vestem o baby-doll de “legalistas”. Fala sério!

Bolsonaro, o pacifista injustiçado, é aquele que votou no golpe legislativo de 2016 “em memória de Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff”. É o mesmo que reclamou porque a ditadura militar matou pouco. “Tinha que matar pelo menos 30 mil”. O pregador do cristianismo também incentivou, como cristão de fé, “fuzilar a petralhada”.

O conjunto da obra espanta pelo volume de ideias e ações que exibem um ser humano execrável. Um criminoso. Jair Messias tratou a Presidência da República como o covil de sua quadrilha. Historicamente aliado a assassinos, quis impor ao Brasil a gestão típica das milícias. Para agonia de seus depravados apoiadores, não deu certo.

Como derradeira apelação na defesa desse paradigma político, o quinteto bolsonarista reproduz a cantilena do homem doente à beira da morte. Como diria Bolsonaro diante dos brasileiros que morriam de Covid, insultados por ele, pergunto: vocês são coveiros?

Respeito e dignidade, sim, na aplicação da lei. Que Jair Messias tenha todas as garantias previstas em nosso ordenamento jurídico – e é o que acontece até agora. Defender o contrário seria se igualar à sordidez que atravessa a trajetória desse farsante

Na abertura eu escrevi elite? Faltou acrescentar: elite da escória.