No batente. Milhões de trabalhadores saem de casa ainda antes de o sol aparecer. Quando retornam, já é tarde da noite. No dia seguinte, começa tudo de novo. No STF, e não apenas ali, é outra história. A sessão marcada para nove horas desta quinta-feira foi cancelada. Os trabalhos serão retomados às duas da tarde. E isso somente porque Luiz Fux estendeu seu voto até o fim da noite da quarta. O Brasil brasileiro.

Imprensa. No UOL, a jornalista Daniela Lima estreou fazendo precisamente o que fazia na Globonews. E o que ela fazia por lá está entre as razões de sua demissão da emissora. Em várias ocasiões, a nova colunista do portal deu informações que ela apurou com ministros e ex-ministros do Supremo. Dizem que essa “proximidade” era problema na TV.

Imprensa 2. Não há coincidências quando certas notícias surgem do nada. No meio do maior julgamento da história, o portal Metrópoles decidiu que era o momento de uma reportagem sobre uma transação imobiliária: “Família Moraes compra mansão por 12 milhões de reais em Brasília”. O Metrópoles avisou que não divulgaria o endereço!

Fux, o “garantista”. O ministro que absolveu o chefe da gangue e condenou subordinados foi implacável com os “malucos” do 8 de janeiro de 2023. Condenou 400 por golpe de Estado e defendeu teses que, agora, para Bolsonaro, não valem nada.

Moraes, o “punitivista”. Como escreveu Conrado Hübner na Folha, a dicotomia não faz sentido e, mais grave, serve apenas para distorcer o que de fato importa. Cada caso é um caso. A falsa oposição serve também para jornalistas de pouco repertório defender suas hipóteses sobre coisas complexas com ideias simplórias. Meio mundo entrou nessa. 

Pateta. Com seu voto “corajoso” para salvar Jair Messias, Fux ganhou elogios de Eduardo Bolsonaro. Segundo o Zero Três, o ministro pode ficar tranquilo que suas férias na Disney não correm perigo – ao contrário de Moraes e outros ministros comunistas.

Metaverso. No mundo real e paralelo (dá na mesma) das redes sociais, Fux já se vendeu para um futuro governo Tarcísio de Freitas a partir de 2027. Na outra ponta, Luiz Fux escreveu seu nome na História ao proferir um voto que foi “técnico” e... “histórico”.

Quatro linhas. Quando até comentaristas de futebol se metem a digressões sobre o julgamento no STF, é porque a coisa chegou às arquibancadas. Ou não? Também na Folha, Juca Kfouri mandou bem ao tratar das cotoveladas e dos carrinhos por trás que Fux aplicou na lógica e na lei. Jogo limpo não é a regra em nenhum campeonato.

Carmen, a vingadora. A partir das duas da tarde desta quinta-feira, a ministra Carmen Lúcia começa a leitura de seu voto. Tremenda expectaitva sobre o que virá. Jornalistas e videntes dizem que, depois do que Fux aprontou, a vingança será maligna.