Será realizado nesta quinta-feira (11), no Tribunal do Júri da Capital, em Maceió, o julgamento do policial civil pernambucano Hélio dos Santos Gomes Júnior, de 41 anos. Ele é acusado de matar o jovem James Charlysson Ferreira de Souza, de 19 anos, e de tentar assassinar outros quatro rapazes durante uma discussão em um posto de combustíveis no bairro da Ponta Verde, em agosto de 2022.

De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público de Alagoas (MPAL), o crime aconteceu na madrugada de 21 de agosto, por volta das 5h30, na loja de conveniência de um posto localizado na Avenida Deputado José Lages.

James estava no local com quatro amigos. Enquanto dois deles permaneceram do lado de fora da loja de conveniência, os demais, entraram para comprar bebidas. Pouco depois, Hélio também entrou no local, aparentemente sob efeito de álcool.

Em determinado momento, um dos jovens que estava do lado de dentro teria se incomodado com o olhar fixo do policial e o confrontou. Mesmo com a tentativa do atendente da loja, que já conhecia o réu e sabia que ele era policial civil de Pernambuco, para apaziguar a situação, a tensão aumentou. O funcionário ainda pediu que Hélio “deixasse para lá” ao perceber que ele sairia ao mesmo tempo que os rapazes.

Ao sair da loja, ainda dentro das dependências do posto, o policial sacou uma arma de fogo e efetuou disparos em direção ao grupo de jovens. Um dos tiros atingiu James.

James foi atingido e socorrido com vida, mas não resistiu aos ferimentos. Ele permaneceu internado por mais de um mês e morreu no dia 6 de outubro de 2022. O laudo médico apontou septicemia decorrente de uma lesão intestinal provocada por um dos tiros como causa da morte. Os outros quatro jovens escaparam ilesos, mas também foram alvos dos disparos, configurando, segundo o MPAL, tentativa de homicídio.

Nas alegações finais, o Ministério Público, representado pelo promotor Thiago Riff, pediu a pronúncia do réu pelos crimes de homicídio qualificado e quatro tentativas de homicídio qualificado, sustentando que o policial agiu por motivo fútil e com recurso que dificultou a defesa das vítimas. Já a defesa de Hélio solicitou a absolvição sumária, alegando legítima defesa, o que foi rejeitado pelo Juízo.

O réu responde ao processo em liberdade desde o início das investigações. Durante o julgamento, serão ouvidas testemunhas e analisadas provas técnicas, como laudos balísticos e documentos médicos da vítima. Se condenado, o policial poderá cumprir pena em regime fechado.